Após liderar as altas do Ibovespa em 2021, subindo mais de 180%, as ações da Embraer [EMBR3] acumulam baixa de 46,25% neste ano. A reversão foi impactada por aspectos como a revisão baixista do guidance, com uma visão mais conservadora das entregas em 2022, e a crise de semicondutores e logística global que atrasou a chegada de peças para produção de aeronaves, afirma Pedro de Oliveira, analista do setor aéreo da Eleven Financial.
Além disso, a companhia também sofreu com a alta das commodities metálicas e a deterioração do cenário macroeconômico, dado o aumento dos juros e da inflação.
Contudo, no geral, a empresa tem apresentado resultados melhores em 2022, de acordo com Niels Tahara, head de análise fundamentalista da Benndorf, “mas com um 3T22 que foi abaixo do esperado, devido ao aumento de custos e perdas de margens”.
Segundo ele, a alta dos juros globais foi um ponto bastante crítico para a Embraer, uma vez que a companhia possui um nível de alavancagem bem elevado.
Perfil
Terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo, entregando mais de 8 mil aeronaves desde sua fundação, em 1969, a companhia atua globalmente nos segmentos de aviação comercial, aviação executiva, defesa e segurança e aviação agrícola.
A Embraer é a maior exportadora de bens de alto valor agregado do Brasil. “Quando falamos de jatos de pequeno e médio porte, a companhia é referência no mundo, além de estar investindo em inovação e parcerias estratégicas, como no caso da Eve”, afirma Niels.
A Eve Air Mobility é uma subsidiária brasileira da Embraer que produz aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical e infraestrutura de mobilidade aérea urbana.

Recomendação
Para a Benndorf, há boas oportunidades em Embraer, “com a melhora na geração de caixa e um valuation mais atrativo.”
A Eleven também é otimista quanto à valorização das ações da exportadora a longo prazo, com preço alvo de US$ 18 para ERJ e R$ 22 para EMBR3.
XP, Banco do Brasil, HSBC e BTG Pactual também recomendam a compra do ativo.
