A vivência da idade adulta vem acompanhada do desejo de conquistar uma maior estabilidade e conforto para o dia a dia, o que, para a publicitária Caroline Romano, de 26 anos, e o jornalista João Pedro Buffon, de 25, significava ter seu próprio espaço.
Em 2022, o casal começou a pesquisar possibilidades e a consumir diversos conteúdos sobre finanças e investimentos em imóveis, nos quais a maioria dos especialistas indicavam alugar um local e juntar dinheiro até conseguir pagá-lo à vista.
Entretanto, ao colocar as contas na ponta do lápis, Caroline e João Pedro perceberam que os pagamentos mensais do financiamento imobiliário do apartamento que queriam estava quase o mesmo valor que o aluguel.
Além disso, Caroline explicou que o dinheiro que os dois tinham guardado e usaram na entrada não renderia o suficiente para pagar o aluguel, nem serviria como uma base boa para juntar até conseguir o valor da casa à vista.
Outro fator importante para eles é que a cada ano o aluguel aumentaria, enquanto o financiamento diminuiria através da amortização – antecipar o pagamento de uma dívida, diminuindo juros.

“Decidimos que o melhor caminho era assumir esse financiamento, pois ao menos em algum momento esse imóvel será nosso”, argumentou a publicitária.
Fazer um bom planejamento e juntar uma boa quantia de dinheiro para a entrada, burocracia e obras foram fatores que facilitaram o financiamento, de acordo com João Pedro, que investe desde 2017, quando tinha 18 anos. “Na casa dos pais o dinheiro sobra, depois fica difícil”, comentou.
Durante o processo, o casal conseguiu 90% do valor do imóvel no financiamento, assim precisaram pagar à vista apenas 10%. Para conseguirem isso, fizeram avaliações em diversos bancos até decidir qual proposta estava mais interessante em termos de taxas de juros e porcentagem do financiamento.
No próximo mês, Caroline e João Pedro completam um ano morando no apartamento que financiaram em conjunto. Apesar de terem ficado inseguros quanto às responsabilidades financeiras no começo, ela comenta que acredita que essa tenha sido a melhor escolha que os dois poderiam ter feito.
“A casa está do jeitinho que a gente sempre quis, e agora gostamos tanto de ficar em casa que na maioria das vezes preferimos chamar os amigos para cá em vez de sair”, concluiu.
Financiar ou não? eis a questão
O crédito imobiliário encerrou o ano de 2023 com R$ 251 bilhões em concessões no país, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). O número é 4% maior que o de 2022, o que torna 2023 o segundo melhor ano da série histórica da associação, atrás apenas de 2021.
O presidente da Abecip, Sandro Gamba, afirmou, durante coletiva de imprensa, que o resultado foi puxado pelos financiamentos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que cresceram 59%, para R$ 98 bilhões, o melhor patamar da história.
Débora Spinca, especialista de crédito da Nomos, ressalta que o cenário socioeconômico exerce impacto relevante na demanda de aquisição de imóveis e, embora tenhamos períodos cíclicos de maior e menor procura, é um mercado estável e crescente.
“Isso se deve, principalmente, ao fato de o brasileiro viver o sonho da casa própria”, explicou.
Sair da casa dos pais e conquistar a independência costuma ser a principal meta da maioria dos jovens, diz a especialista. Porém, ela vê a decisão de comprar ou alugar como algo muito particular, baseado principalmente no estilo de vida, carreira, objetivos de médio e longo prazo e capacidade financeira.
Salvo exceções em que o imóvel fica abandonado ou a região, antes tranquila, enfrenta problemas de ordem social, ela frisa que um imóvel sempre se valoriza, “então é uma forma de construir patrimônio”.
Por outro lado, o imóvel é a garantia do financiamento e, em caso de inadimplência, a quebra do contrato é realizada através de execução judicial ou extrajudicial, com penhora do bem para liquidação do saldo devedor, o que é um ponto negativo.
De acordo com Celso Sant’Anna, psicólogo financeiro, o maior benefício de um financiamento imobiliário é o desembolso forçado, que obriga o investidor a pagar todo mês aquele valor e gera sensação de ter que se preocupar em gastar ou investir aquele valor, ajudando no autocontrole.
Porém, considerando que esse é um comprometimento sério que pode durar um bom tempo da vida de uma pessoa, o psicólogo alerta que é importante não fazer nada no impulso.
“Se o jovem conseguir ter um pensamento mais voltado para o investimento no longo prazo, existem muitos benefícios de morar na casa dos pais até uma certa idade”, afirmou.
Para Celso, o aluguel já parece mais atraente, pois dá liberdade de escolha caso o local frustre as expectativas do morador, ou ele precise se mudar repentinamente. Por essa falta de liberdade, um financiamento pode ir de sonho a pesadelo muito rápido.
“Antes de fazer essas mudanças, a dica é colocar em xeque as suas escolhas para o futuro, mas também a liberdade que tem no presente, uma vez que a vida ainda pode se transformar de muitas formas”, argumenta.
Ele concluiu que, ao investir em outros produtos rentáveis, os juros compostos vão fazer um retorno mais interessante que os que estão sendo pagos para os bancos, ajudando em uma compra à vista ou pelo menos uma entrada maior no financiamento.
Se financiamento vale a pena ou não segue um debate de longa data. Mas, a julgar por João e Caroline, o fator de maior peso são a realidade e os sonhos de cada um, pois o melhor investimento pode ser um lugar para chamar de seu.
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