Especialistas recomendam não operar em bolsa enquanto apagão cibernético durar

colapso cibernetico
Isabela Jordão

 

O mundo amanheceu com problemas cibernéticos que não deixam escapar o investidor brasileiro. Os sistemas das corretoras de investimentos do país estão sob a mesma dificuldade que os aeroportos, bancos e outras bolsas de valores mundo afora.

A melhor reação é o que cantava Rita Lee: nada melhor do que não fazer nada. O analista técnico João Tonello recomenda não operar, “segurar as boletas”, até que a situação volte ao normal. A situação, descreve, “é algo grande, embarga todo o sistema”.

De acordo com a XP Investimentos, a instabilidade cibernética global está afetando o acesso às plataformas, roteamento e envio de ordens. “As equipes de TI da XP estão trabalhando para resolver o problema o mais rápido possível”, disseram em comunicado a clientes.

Tanto os contratos de índice futuro [WIN] quanto os de dólar futuro [WDO] operam de lado, em queda de 0,45% e 0,35%, respectivamente, às 12h08. A lateralização é um possível efeito do apagão. “Se grandes players estão evitando [operar], por que você vai se arriscar?”, aconselhou a Nomos Investimentos em nota aos clientes.

A Nelogica, dona de plataformas de trading como o ProfitPro, também se pronunciou. “Em função de uma falha global de tecnologia, originada por uma empresa que fornece serviços de segurança cibernética para o Windows e outros sistemas operacionais, nossos serviços foram impactados e estão sendo restabelecidos pelos nossos times técnicos através de manutenção emergencial desde o início da madrugada.”

A B3 não teve serviços e plataformas afetados. As bolsas americanas também seguiram normalmente com a abertura, apesar da instabilidade. No Banco Central do Brasil, os sistemas seguem funcionando.

O colapso é fruto de uma única atualização da empresa de cibersegurança CrowdStrike, fornecedora de proteção contra malware e vírus para uma grande variedade de empresas. Milhões de usuários de dispositivos Windows, da Microsoft foram prejudicados.

Grandes companhias aéreas, incluindo Delta Air Lines, United Airlines e American Airlines suspenderam as partidas durante a noite. No Brasil, a Azul informou que os voos podem sofrer atrasos.

Computadores e tablets Windows travaram em diversos países, dos EUA à China e Austrália, com relatos de reinicializações forçadas dos dispositivos se espalhando pelas redes sociais. Muitas máquinas afetadas não conseguiram reiniciar, em vez disso mostrando uma tela azul de erro às vezes chamada de “tela azul da morte”.

 

(Com informações do The Wall Street Journal)

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