Estratégia dos EUA para África enfatiza ameaças de Rússia e China

Fonte: Reuters

Os Estados Unidos divulgaram, hoje (08), um novo documento estratégico para a África Subsaariana, enfatizando a importância da região, as ameaças representadas pela China e pela Rússia e prometendo estender a cooperação de defesa com países africanos de ideais semelhantes aos americanos.

“Os Estados Unidos têm um interesse permanente em garantir que a região permaneça aberta e acessível a todos, e que os governos e o público possam fazer suas próprias escolhas políticas, coerentes às suas obrigações internacionais”, de acordo com o documento da Casa Branca.

O documento expande o discurso de novembro do secretário de estado dos EUA, Antony Blinken, primeiro apresentando a abordagem do governo Biden para a África. O lançamento ocorre enquanto Antony está na África do Sul e visitará mais dois países do continente africano esta semana.

Em novembro, Blinken afirmou que Washington teria que fazer as coisas de forma diferente para ajudar a África com suas necessidades de infraestrutura e que era o momento de parar de tratar o continente como um assunto de geopolítica e começar a tratá-lo como um ator importante por conta própria. Ele também apelou aos líderes africanos para se protegerem contra o extremismo crescente, o autoritarismo e a corrupção.

O documento afirma que, de acordo com a Estratégia Nacional de Defesa dos EUA de 2022, o Pentágono se envolveria com parceiros africanos “para expor e destacar os riscos de atividades negativas da RPC e da Rússia na África”, referindo-se à China pelas iniciais de seu nome oficial. “Vamos alavancar as instituições de defesa civil e expandir a cooperação em defesa com parceiros estratégicos que compartilham nossos valores e nossa vontade de promover a paz e a estabilidade globais”, afirmou.

Washington também “revisaria e reinvestiria” em maneiras de engajar seu relacionamento com os militares africanos, especialmente em programas que ajudem a construir capacidade institucional, combater a corrupção e avançar nas reformas. “Efetividade, legitimidade e responsabilidade militar e de outras forças de segurança ​​são essenciais para apoiar sociedades abertas, democráticas e resilientes e para combater ameaças desestabilizadoras, inclusive na África”, assegura o relatório.

Washington trabalharia para construir competências africanas no combate às mudanças climáticas e com governos e órgãos regionais, incluindo a União Africana, para apoiar “aceleradores” de desenvolvimento sustentável, disse. Estes incluíram a digitalização de serviços e registros financeiros, investimentos em sistemas de saúde e melhorias nas cadeias de abastecimento de produtos essenciais.

Na frente tecnológica, a declaração diz que Washington se esforçaria para garantir internet à preços acessíveis, enquanto a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional buscaria facilitar o acesso a cursos online.

O documento disse que aliados e parceiros dos EUA na Europa, Oriente Médio e Indo-Pacífico consideram a África parte integrante de sua segurança nacional e estão comprometidos em colaborar com Washington.

A China, por outro lado, viu a região “como uma arena importante para desafiar as regras bases da ordem internacional, promover seus próprios interesses comerciais e geopolíticos restritos, minar a transparência e a abertura e fragilizar as relações dos EUA com os povos e governos africanos”, segundo o documento.

A Rússia viu a África como “um ambiente permissivo para paraestatais e empresas militares privadas, muitas vezes fomentando a instabilidade para benefícios estratégicos e financeiros”, disse.

A África precisa de bilhões de dólares por ano para estradas, ferrovias, barragens e energia e na última década recebeu enormes montantes da China, que geralmente não vincula dinheiro a condições políticas ou relacionadas a direitos.

Os EUA caracterizaram os empréstimos chineses como predatórios e levando a potenciais armadilhas de dívidas. O país se concentrou em facilitar o investimento privado, mas as autoridades reconhecem que precisam acelerar mais a assistência.

O governo Biden foi criticado por alguns como desatento à África: uma reclamação comum sobre a política externa dos EUA, mas que soou mais alta desde que a China aprofundou suas raízes políticas e econômicas no continente.

Biden, porém, adotou um tom diferente do ex-presidente Donald Trump, que menosprezou algumas nações africanas e proibiu viagens de seis delas.

(Com Reuters)

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