As maiores economias do mundo, Estados Unidos e China, iniciaram nesta segunda-feira (28) uma nova rodada de negociações em Estocolmo. O encontro reúne as principais autoridades econômicas de ambos os países para buscar soluções para as prolongadas tensões comerciais e, potencialmente, estender a trégua tarifária por mais três meses.
Fontes próximas às discussões indicam que as reuniões acontecem em Rosenbad, sede do gabinete do primeiro-ministro sueco, no centro da capital. A presença das bandeiras dos dois países no local sinaliza a importância do diálogo.
A China se aproxima de um prazo crucial em 12 de agosto para selar um pacto comercial duradouro com o governo Trump. Acordos preliminares, alcançados em maio e junho, haviam interrompido uma escalada de tarifas “olho por olho” e resolvido questões relacionadas a minerais de terras raras. A falta de um consenso poderia desencadear uma nova onda de instabilidade nas cadeias de suprimentos globais, com a reintrodução de tarifas americanas em níveis que praticamente equivaleriam a um embargo comercial bilateral.
As discussões em Estocolmo ocorrem pouco depois de o Presidente Trump ter finalizado um acordo comercial significativo com a União Europeia neste domingo (27), estabelecendo uma tarifa de 15% sobre a maioria das exportações de produtos da UE para os EUA, incluindo automóveis.
Embora um avanço tão expressivo não seja esperado para as negociações entre EUA e China, analistas preveem que uma nova prorrogação de 90 dias da trégua tarifária e de controle de exportações, estabelecida em meados de maio, é o desfecho mais provável.
Um porta-voz do Tesouro dos EUA preferiu não comentar sobre uma reportagem do South China Morning Post que citava fontes anônimas, sugerindo que ambas as partes evitariam a introdução de novas tarifas ou medidas que pudessem intensificar a guerra comercial por mais 90 dias.
Apesar das negociações, o governo Trump estaria se preparando para implementar, nas próximas semanas, novas tarifas setoriais que afetariam a China, abrangendo áreas como semicondutores e produtos farmacêuticos.
“Estamos muito próximos de um acordo com a China. Nós realmente fizemos uma espécie de acordo com a China, mas vamos ver como isso vai se desenrolar”, declarou Trump a repórteres no domingo, antes mesmo da Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, selar o acordo tarifário com a UE.
Nesta segunda-feira, o Financial Times noticiou que os EUA suspenderam restrições à exportação de tecnologia para a China. A medida visaria evitar interrupções nas negociações comerciais com Pequim e apoiar os esforços de Trump para agendar um encontro com o Presidente chinês Xi Jinping ainda este ano. O jornal, citando funcionários atuais e antigos, afirmou que o departamento de indústria e segurança do Departamento de Comércio, responsável pelos controles de exportação, foi instruído a evitar ações severas contra a China.
A agência de notícias Reuters não pôde verificar imediatamente a veracidade dessa informação. A Casa Branca e o departamento não responderam aos pedidos de comentários da Reuters fora do horário comercial.
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