Você piscou e o Bitcoin renovou outra máxima histórica. Para quem já investia, demorou – e muito – para o chamado “inverno cripto” terminar. Mas quem ainda não tinha afinidade e se interessou pela moeda digital diante do salto pode estar se perguntando por onde começar.
Não por menos. Sendo um mercado tão volátil e descentralizado, fica a pergunta: qual a melhor forma de investir em Bitcoin?
Como comprar Bitcoin
Há duas formas de se posicionar em Bitcoin no momento, explica Filipe Borges, analista da Benndorf Research. Existe a compra direta da moeda, através de corretoras centralizadas, assim como a negociação dos ETFs, os fundos negociados em bolsa.
Filipe destaca positivamente a segurança da regulamentação estabelecida para a indústria de ETFs. Uma vez que as cotas são negociadas no pregão normal da B3, não há necessidade de armazenar as próprias criptomoedas e senhas de acesso, como acontece com a negociação do Bitcoin propriamente dito.
“Isso traz um conforto, traz tranquilidade para o investidor.” Ele também frisa a taxa de administração cobrada pelas gestoras dos ETFs. “Ao meu ver, dentro do mundo cripto, é absurdamente baixa”, complementa.
“Simples, seguro e regulado” é como a Hashdex define o investimento em ETFs. A gestora, responsável pelo primeiro fundo de criptoativos do Brasil – o HASH11, que estreou em 2021 –, explicou que o produto conta com supervisão da CVM e da Anbima no Brasil e da SEC nos EUA, uma fiscalização inexistente na negociação do Bitcoin puro.
“Os ETFs de Bitcoin são uma forma simples, segura e regulada de qualquer investidor expor parte da sua carteira para um ativo com características únicas”, descreveu Renato Campos, diretor de RI da Hashdex. As exclusividades do ativo incluem ser reserva de valor emergente, assimetria de retornos, relação risco-retorno atrativa e descorrelação.
A melhor estratégia para operar Bitcoin
Day trader de longa data, Filipe Borges é mais conservador quando o assunto são criptoativos. “Pela volatilidade que as criptos apresentam, vejo como melhor oportunidade escolher bons projetos e ser holder”, isto é, investidor de longo prazo.
Quem se arrisca em operações curtas, seja day ou swing trade, prosseguiu o especialista, fica sujeito a até 15% de perdas nas operações, dado o potencial de oscilação de algumas criptomoedas.
Adicionalmente, Filipe tem adotado a estratégia de jamais operar vendido, dado o potencial significativo do mercado cripto em geral para os próximos meses. “Acho um risco de diminuição do capital absurda nesse momento”, disse.
Em suma, a recomendação é estudar os projetos de alguns ativos e esperar o mercado agir. “Compra e aguarda”, reforça, acrescentando que o potencial de valorização entre os projetos de criptos varia entre 100% e 1000%.
Ainda dá tempo de comprar Bitcoin?
O Bitcoin foi o grande destaque de 2023 e renovou máximas históricas agora em março. Inclusive, a dominância do ativo aumentou consideravelmente – cerca de 55% de todo o dinheiro alocado no mercado cripto se encontra em Bitcoin, relatou Filipe Borges. Todavia, é para o Ethereum que investidores em busca de lucros devem correr.
Assim como o BTC disparou após a aprovação dos ETFs de Bitcoin à vista em Nova York neste ano, o Ethereum deve ter seus próprios fundos spot aprovados daqui a aproximadamente 40 dias, segundo Filipe. “Isso deve trazer um fluxo maior de capital para dentro da moeda, ela tende a se valorizar mais do que Bitcoin nos próximos meses.”
A Hashdex vai na mesma linha, e apela para o histórico de desempenho dos ativos como justificativa. “Interessante observar que, em outros ciclos de alta, observamos um padrão com o Bitcoin largando na frente no primeiro ano de alta, seguido de um ano com o Ether desempenhando melhor para, então, no último ano de otimismo, as chamadas altcoins assumirem o protagonismo”, narrou Renato Campos.
Falando nos criptoativos alternativos, Filipe cita seus preferidos. ORDS, BitStable (BSSB), MATIC, MANTA e ONDO são projetos que interessam-no bastante entre os de menor capitalização.
Já Renato menciona os três outros ETFs da Hashdex além do HASH11 – o qual tem o Nasdaq Cripto Index como referência. São eles WEB311, DEFI11 e META11. “Todos apresentaram um desempenho interessante nos últimos 6 meses e podem servir ao investidor que busca uma diversificação ainda maior do seu portfólio de criptoativos”, conclui o especialista.