GPA [PCAR3] x Éxito: quais as implicações da cisão?

[Fonte: GPA/Divulgação]

O Grupo Pão de Açúcar [PCAR3] anunciou hoje (23), por meio de fato relevante, a cisão de seus negócios com o grupo colombiano Éxito, também do ramo varejista. Os papéis da empresa lideraram as perdas do pregão, caindo 19,39%.

A empresa brasileira obteve autorização da Superintendência Financeira de Colombia (SFC) – órgão regulador do país – para iniciar a transição das ações do Éxito, as quais serão distribuídas aos acionistas do GPA.

O Pão de Açúcar se desfará de 1.080.556.276 ações do Éxito, o que corresponde a cerca de 83% da participação da brasileira no Éxito, sendo parte destes papéis distribuídos em forma de BDRs e ADRs.

A cisão foi aprovada pelos acionistas da companhia em fevereiro deste ano e já havia sido anunciada em setembro de 2022, mas, mesmo assim, o mercado reagiu negativamente à notícia. Recentemente, o bilionário colombiano Jaime Galinsky havia feito duas ofertas ao GPA pelo Éxito.

Segundo relatório da Levante, a volatilidade nos papéis da empresa brasileira é reflexo do ajuste da posição dos investidores em relação aos ativos de ambas companhias. 

O valor justo das ações das empresas começará ser determinado à medida que os operadores de mercado colocarem ordens de compra e venda nos papéis.

O que acontece com o Grupo Pão de Açúcar?

A casa de análise explica que a varejista terá faturamento de R$ 20 bilhões e margem Ebitda de 6,3% a partir da cisão, de acordo com dados do balanço comercial do segundo trimestre da empresa.

O GPA vem passando por uma reestruturação em suas operações, a qual é liderada pelo CEO do grupo, Marcelo Pimentel, desde o início do ano passado, informou a Levante. Este movimento fez com que a companhia tivesse mais foco na marca Pão de Açúcar.

A bandeira – que representa 47% da receita consolidada do GPA – alcançou 19,6% em vendas, totalizando R$ 2,4 bilhões, afirmou a casa de análise. 

“Entretanto, apesar dos sinais de melhora, não esperamos que a varejista retome os níveis de margem bruta próximos ao observado no segundo trimestre de 2022, que foi de 26,6%, tão cedo”, declarou o relatório. 

A Levante acredita que as mudanças podem levar tempo para serem refletidas nos balanços comerciais da companhia e que a “recuperação do formato premium e a melhoria da margem bruta são metas desafiadoras”.

“A empresa deve continuar focada na implementação dos pilares estratégicos e na busca de eficiência operacional para alcançar esses objetivos.”

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