Gráfico de crédito: conheça a métrica queridinha do Copom, mas pouco mencionada no mercado

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O Copom anuncia nesta quarta-feira (21) sua decisão de política monetária. “Quando olhamos as expectativas de inflação, as notícias começaram a melhorar”, ressaltou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em 12 de junho.

De fato, o Boletim Focus tem mostrado semanalmente melhora na projeção do mercado, e o fluxo de notícias colabora. O mercado brasileiro recentemente viu a S&P revisar para cima a perspectiva para o crédito do Brasil, a manutenção dos juros nos Estados Unidos e o dólar abaixo de R$ 4,80.

Investidores têm o costume de monitorar indicadores de inflação e a curva de juros futuros para projetar sobre as decisões do BC. Todavia, é o gráfico de crédito um dos principais instrumentos para ver estímulo e desaquecimento da economia – por consequência, um impacto na inflação futura.

As últimas estatísticas monetárias e de crédito divulgadas pelo Banco Central, em 30 de maio, apontam forte desaceleração do volume de crédito total. Essa métrica, explicou Beto Saadia, diretor de investimentos da Nomos, mostra desaquecimento da economia, podendo impactar positivamente ainda mais a inflação lá na frente.

[Fonte: Banco Central do Brasil]
O mesmo gráfico também mostra crescimento do saldo de crédito direcionado. Trata-se do crédito utilizado a partir dos instrumentos públicos, e constitui “uma das principais críticas do próprio Roberto Campos Neto”, diz Beto.

Há os concessores de crédito para médias e grandes empresas, como o BNDES, os para micro e pequenas empresas, como o Pronampe, e aqueles para pessoa física e crédito rural, como as linhas de crédito habitacional da Caixa.

Todos são crédito direcionado, o qual vem aumentando desde meados do ano passado, prossegue o especialista da Nomos.

“Ele é exatamente o tipo de crédito que tira a potência da política monetária, ou seja, quando a política monetária sobe muito os juros, justamente para desaquecer a economia e controlar a inflação, esse crédito direcionado vai oferecer um crédito um pouco mais subsidiado, com taxa de juros mais baratas e numa política não só anticíclica, como oposta ao objetivo do Banco Central.”

No entanto, completa Beto, a soma dos créditos livre e direcionado indica queda no crédito total.

[Fonte: Banco Central do Brasil]
O mesmo relatório do Banco Central mostra aumento contínuo da inadimplência de 2022 para cá. O movimento pós-pandemia também teve impulso do forte ciclo de aumento dos juros pelo qual o Brasil passou nos últimos dois anos.

Isto é, a inadimplência cresce à medida que as dívidas contraídas – o estoque da dívida das pessoas e das empresas – encarecem rapidamente.

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