As ações da Eneva [ENEV3] registraram queda de 4,45% nos últimos dois dias, refletindo uma forte oscilação do ativo. Apesar disso, a gestora HIX mantém uma visão positiva sobre a companhia, destacando que o retorno implícito estimado das ações permanece atrativo, em torno de IPCA+21,3%.
A volatilidade ocorreu após a publicação de uma Portaria Normativa que orienta a ANEEL a iniciar os preparativos para o Leilão de Reserva de Capacidade. O objetivo do leilão é a contratação de energia proveniente de usinas térmicas e hidrelétricas, mas a nova regulamentação introduziu a separação entre térmicas existentes e novas, o que gerou preocupações no mercado.
Segundo analistas, essa separação pode limitar a participação da Eneva nos leilões, o que foi visto como um fator negativo. No entanto, a HIX considera que a reação do mercado foi exagerada e aponta que a medida pode gerar ineficiências no setor, excluindo usinas mais competitivas. Além disso, as empresas do setor devem buscar diálogo com o Ministério de Minas e Energia para ajustar a interpretação da norma.
Ainda assim, a HIX vê oportunidades para a Eneva, que pode disputar os leilões de Térmicas Novas com o projeto de expansão da Celse e outros empreendimentos do seu portfólio. A gestora também destaca a alta competitividade das térmicas já existentes da companhia, como as do Complexo Parnaíba, cuja recontratação é considerada altamente provável.
Mesmo no cenário mais conservador, em que os ativos existentes não sejam recontratados, a HIX estima que o retorno implícito para o fluxo de caixa da Eneva seria de IPCA+20,4%, com impacto limitado de R$ 1,08 por ação. Com isso, a gestora reforça sua visão positiva sobre o papel, apostando na resiliência e competitividade da empresa no setor de energia.