O investidor bilionário Howard Marks voltou a criticar políticas intervencionistas em novo artigo publicado nesta semana. No texto intitulado Mais sobre revogar as leis da economia (continuação de um memo divulgado em setembro de 2024) o cofundador da Oaktree Capital argumenta que soluções políticas impostas a problemas econômicos costumam gerar consequências desastrosas, citando exemplos nos Estados Unidos com paralelos diretos ao Brasil. A análise foi publicada originalmente pelo Brazil Journal.
Marks destaca o caso da Califórnia, onde uma tentativa de proteger moradores de áreas de risco, ao limitar quanto seguradoras poderiam cobrar por apólices contra incêndios florestais, acabou agravando os danos quando incêndios atingiram o estado no início de 2025. Segundo ele, a regulação proibiu o uso de modelos de risco futuro e obrigou o setor a basear seus preços em perdas médias dos 20 anos anteriores, desconsiderando o agravamento das mudanças climáticas. Como resultado, muitas seguradoras deixaram o mercado e, quando os desastres ocorreram, menos de 25% das propriedades afetadas tinham cobertura.
Outro exemplo citado foi o uso de tarifas comerciais durante o governo Donald Trump. Embora reconheça que tarifas podem ter papel estratégico em situações específicas, Marks criticou o que chamou de uso generalizado e mal orientado dessas medidas. Para ele, isso resultou em alta de preços, queda da competitividade americana e exportações mais fracas, contrariando o objetivo de reindustrializar o país.
Marks conclui que, embora o livre mercado não ofereça soluções perfeitas, ele é mais eficiente do que tentativas estatais de controle direto. Em sua visão, cabe aos governos lidar com os efeitos colaterais negativos (como desemprego) com políticas de apoio, e não tentando manipular os preços ou distorcer as regras do jogo econômico. “O governo pode limitar o preço que uma seguradora cobra, mas não pode obrigá-la a oferecer cobertura por esse preço”, escreveu.
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