Ibovespa cai com impasse da dívida dos EUA; arcabouço fiscal aprovado também segue no radar

queda IBOV

O Ibovespa opera em desvalorização nesta quarta-feira (24), registrando mínima intradiária de 108.774 pontos. O índice reverbera a cautela dos mercados internacionais com o impasse no aumento do teto da dívida americana. Adicionalmente, investidores monitoram a aprovação do novo arcabouço fiscal.

Faltando menos de 10 dias para a maior economia do mundo atingir um possível calote que impactaria de forma significativa o resto da economia global, Joe Biden e o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, ainda não chegaram a um acordo sobre como aumentar o teto da dívida do governo.

Entretanto, as autoridades prometeram “se reunir e trabalhar” para encontrar uma solução comum.

O máximo permitido para a dívida emitida não pode ultrapassar os US$ 31,38 trilhões. No entanto, este valor já foi atingido em janeiro, e desde então o governo não conseguiu emitir nenhuma nova dívida.

Além disso, ainda há dúvidas sobre qual será o próximo passo do Federal Reserve. Embora a expectativa majoritária seja de pausa no ciclo de aperto, o recente discurso hawkish de membros do Fed resgata as chances de um novo aumento de 0,25 ponto percentual.

A ata do Fomc, que sai hoje às 15h (horário de Brasília), pode trazer pistas sobre a decisão de junho.

No mercado local, investidores repercutem a aprovação na Câmara dos Deputados do texto base do novo arcabouço fiscal, por 372 votos contra 108.

A nova regra fiscal substitui o teto de gastos na definição das regras para o crescimento das despesas federais. A aprovação do arcabouço fiscal significa uma vitória para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na agenda corporativa, a Enauta [ENAT3] registra ganhos na sessão. A companhia concluiu a perfuração e perfilagem do poço 9-ATL-8DP, identificando óleo com “excelentes propriedades petrofísicas” em um intervalo de 57 metros de profundidade. 

Destoando do humor local, Braskem [BRKM5] tem alta de 2,88%, e Cogna [COGN3] também avança, a 2,80%, refletindo o bom desempenho do setor de educação durante o início da semana.

Vibra [VBBR3] e Arezzo [ARZZ3] também sobem, a 2,77%, e 2,21% respectivamente.

Entre os destaques negativos do índice, CVC [CVCB3] recua em 5,59%, com realização de lucros, pressionada também pela alta do petróleo.

BRF [BRFS3] demonstra queda de 4,26%, após notícias sobre três novos casos de gripe aviária detectados no Espírito Santo, subindo o total de registros no país para oito, segundo o Ministério da Agricultura. JBS [JBSS3] também desvaloriza, a 3,89%, pelo mesmo motivo. 

O dólar amplia queda, cotado a R$ 4,95. O mercado ajusta-se ainda à desvalorização externa da divisa americana frente a alguns pares emergentes ligados a commodities no exterior.

O sentido negativo da moeda americana ante o real se dá em reação positiva dos investidores à aprovação do texto-base do arcabouço fiscal na Câmara.

🇧🇷 Ibovespa -0,60% (109.290)
💵 Dólar -0,346% (R$ 4,95)

Cotações registradas às 12h40

Commodities

Os contratos de petróleo operam em alta na sessão. A valorização da commodity ocorre em meio ao alerta do ministro saudita da energia aos vendedores a descoberto, sugerindo que Opep+ pode cortar produção.

O minério de ferro recuou 4,7% na bolsa de Cingapura, cotado a US$ 95,25 a tonelada.

A queda expressiva ainda reflete a recuperação lenta da China. Além disso, investidores se preparam para a típica calmaria da demanda durante o verão da China, após um decepcionante pico na temporada de construção 

🛢 Brent +1,80% (US$ 78,20)
🛢 WTI +2,03% (US$ 74,38)
🇨🇳 Minério de ferro -4,7% (US$ 99,50)

(Com Broadcast)

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