Ibovespa fecha em queda, cedendo ao cenário de aversão ao risco no exterior

O Ibovespa cedeu ao cenário de cautela nos mercados internacionais e fechou em queda nesta segunda-feira (29), após ter “se segurado” e registrado avanço na semana passada. As perspectivas de uma recessão global pressionaram o índice, reforçadas pela manutenção de uma postura _hawkish_ pelo Fed nos Estados Unidos, que também impactaram diretamente os preços das commodities.

De acordo com o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, apesar da bolsa brasileira ainda ser um dos destaques do ano em relação ao resto do mundo, o clima no exterior ainda é de temor de recessão, com uma série de notícias problemáticas gerando um sentimento de aversão ao risco nos investidores. Além disso, Rodrigo Simões, professor da FAC-SP, também destaca que o cenário doméstico também interfere nessa instabilidade, por conta da proximidade do primeiro turno das eleições.

O dólar fechou em alta forte no mercado doméstico de câmbio, acompanhando o fortalecimento da moeda no exterior. O cenário global de liquidação de ativos de risco e busca por proteção fortaleceu a moeda americana, que também foi impulsionada pela queda da libra à sua mínima histórica, após o anúncio de um novo pacote fiscal pelo Banco da Inglaterra (BoE). O fechamento foi o maior desde 22 de julho.

O real foi a divisa emergente com o pior desempenho hoje, após se destacar ante seus pares nas últimas semanas. Robin Brooks, economista-chefe do Instituto Internacional de Finanças, apontou para essa valorização “destacada” da moeda brasileira em comparação com o dólar, o que abriu espaço para liquidação.

📊 Ibovespa 109.114,16 pontos (-2,33%)
💰 Volume R$ 31,2 bilhões
💵 Dólar R$ 5,3814 (+2,53%)

Apenas três papéis fecharam em leve alta hoje: São Martinho (SMTO3), Qualicorp (QUAL3) e Klabin (KLBN11), com 0,60%, 0,22% e 0,17%, respectivamente.

O IRB Brasil (IRBR3) chegou a operar em alta ao longo da tarde, ensaiando recuperação após fortes perdas no mês, apoiado no cumprimento regulatório para follow-on e em um menor índice de sinistralidade, além das perspectivas de fim do ciclo de altas de juros pelo Copom. Mesmo assim, os papéis inverteram o sinal e fecharam em baixa de 0,89%.

A Americanas (AMER3) teve trajetória parecida, se descolando do setor de varejo e subindo ao longo da tarde, mas fechando em queda de 0,34%.

Do lado negativo, as petrolíferas recuaram em bloco, na esteira da queda do preço da commodity no mercado internacional. A 3R Petroleum (RRRP3) foi o maior recuo de hoje, com 6,83%, enquanto Petrobras ON (PETR3) e PN (PETR4) caíram 1,34% e 2,07%, respectivamente. As perspectivas em relação a uma possível recessão global também reativam preocupações com a demanda, o que pressiona o setor.

As mineradoras e siderúrgicas seguiram o mesmo caminho, também pressionadas pela queda do minério de ferro na bolsa chinesa de Dalian e pelo cenário de aversão ao risco global. Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) recuaram 4,69% e 4,60%, respectivamente. A Vale (VALE3) teve perdas menores, de 0,83%, após operar em alta durante boa parte do pregão. A companhia passou para o terreno negativo após a notícia de um pedido de bloqueio judicial de R$ 10,3 milhões da Vale e da BHP em um processo no Espírito Santo.

As varejistas também se destacaram negativamente, com Petz (PETZ3) e Magazine Luiza (MGLU3) marcando a segunda e terceira maior queda do índice, com 6,63% e 6,26%, respectivamente.

⬆️ Maiores Altas do Ibovespa

🟢 SMTO3 +0,60%
🟢 QUAL3 +0,22%
🟢 KLBN11 +0,17%

⬇️ Maiores Baixas do Ibovespa

🔴 RRRP3 -6,83%
🔴 PETZ3 -6,63%
🔴 MGLU3 -6,26%

(Com Agência Estado e BDM Online)

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