Ibovespa fecha positivo, sustentado por Petrobras (PETR3; PETR4) em dia de instabilidade nos mercados globais

O Ibovespa fechou em alta, após pregão marcado por instabilidade e “indefinição” das bolsas no exterior. Em dia de agenda doméstica relativamente esvaziada, dados mais fortes de inflação na Europa e balanços corporativos considerados sólidos pelo mercado reforçam a perspectiva de manutenção da postura mais agressiva em relação ao aperto monetário, o que pode provocar uma recessão.

A alta dos papéis da Petrobras (PETR3; PETR4) foi o principal motivo para o desempenho positivo do índice hoje, enquanto o mercado segue monitorando o cenário do segundo turno das eleições presidenciais. Entretanto, para alguns analistas, a alta de papéis de estatais nos últimos dias pode ser fruto de um “exagero” em relação às pesquisas eleitorais, de acordo com o head de renda variável da SVN Investimentos, André Luzbel.

O dólar fechou em alta, acompanhando seu fortalecimento no mercado internacional. A provável continuidade do aperto monetário pelo Fed deve continuar dando força à moeda americana, que se encontra em patamares bastante elevados. Hoje, a divulgação de novos dados de inflação, assim como declarações mais duras de dirigentes do banco central americano, fortaleceram os palpites de que as altas de juros devem continuar e em ritmo agressivo. Ainda assim, os leilões de linha realizados hoje pelo Banco Central ajudaram a conter o avanço do câmbio.

📊 Ibovespa 116.274,24 pontos (+0,46%)
💰 Volume R$ 26,7 bilhões
💵 Dólar R$ 5,2742 (+0,37%)

As petroleiras estiveram entre os principais avanços de hoje, com destaque para a 3R Petroleum (RRRP3), maior alta do índice com 5,96%. Petrobras ON (PETR3), PN (PETR4) e PetroRio (PRIO3) subiram 3,71%, 3,54% e 3,72%, respectivamente. Os papéis são impulsionados pelos ganhos do petróleo no mercado internacional e, além disso, de acordo com os analistas da Terra Investimentos, por uma perspectiva de aumento da produção no terceiro trimestre.

O setor bancário, com exceção de Santander (SANB11), que caiu 0,16%, também ajudou a manter o índice em território positivo, ainda que em menor escala. Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco ON (BBDC3) e Itaú subiram 0,31%, 0,72% e 0,03%, respectivamente.

A TIM (TIMS3) também figurou no topo do índice, em meio a notícias de que a CVC Capital Partners teria interesse na compra da Telecom Italia, controladora da companhia. O papel fechou em alta de 4,68%, a segunda maior do dia. Além disso, a busca por proteção e segurança tende a beneficiar o setor, o que se reflete pelo bom desempenho da Vivo (VIVT3), que subiu 3,38%.

A Copel (CPLE6) avançou 2,47%, impulsionada pela notícia de que o Governo Federal estabeleceu a outorga mínima para venda de hidrelétrica da companhia em R$ 1,83 bilhão.

Do lado negativo, as varejistas recuaram em bloco, impactadas pela alta dos juros futuros. Americanas (AMER3) liderou as perdas do dia, com 6,81%, enquanto Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) caíram 4,40% e 3,01%, respectivamente.

A Vale (VALE3) também recuou na sessão, caindo 1,18%, após os ganhos registrados ontem. O setor de mineradoras e siderúrgicas como um todo também foi pressionado, com CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e Gerdau PN (GGBR4) recuando 2,20%, 2,00% e 1,53%, respectivamente.

O setor de educação também se destacou negativamente, com Yduqs (YDUQ3) figurando no “pódio” das maiores quedas do dia, com 5,62%. Analistas da Terra Investimentos destacam que as incertezas no cenário político justificam a volatilidade verificada, com investidores especulando em relação ao resultado das eleições.

⬆️ Maiores altas do índice

🟢 RRRP3 +5,96%
🟢 TIMS3 +4,68%
🟢 PRIO3 +3,72%

⬇️ Maiores baixas do índice

🔴 AMER3 -6,81%
🔴 QUAL3 -6,65%
🔴 YDUQ3 -5,62%

(Com Agência Estado e BDM Online)

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