Ibovespa opera em queda, com peso de commodities e apesar da deflação do IGP-M de maio

O Ibovespa recua nesta terça-feira (30). Registrando mínima intradiária de 108.877 pontos, o principal índice da B3 deixa para trás, por ora, o viés positivo no ano. A contínua queda no preço do petróleo no mercado internacional pressiona o índice, apesar da surpresa positiva no IGP-M, conhecido como inflação do aluguel, em maio.

No pregão de hoje, no geral, o sentimento predominante é de preocupação em relação à demanda mundial do petróleo. O preço da commodity sofreu queda acelerada, em parte devido às incertezas em torno da assinatura do acordo sobre o teto da dívida dos Estados Unidos.

A queda no preço do óleo é um dos principais impulsos para a desvalorização do Ibovespa, que destaca a dependência do setor de commodities e o impacto das perspectivas econômicas mundiais.

Também entre os destaques da sessão, mais cedo, a Fundação Getúlio Vargas divulgou o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M)  que registrou deflação de 1,84% em maio, após queda de 0,95% no mês anterior.

A variação de preços ficou abaixo da mediana das estimativas de -1,58%, com intervalo das projeções indo de -1,84% a +0,50%.

Investidores brasileiros voltam a atenção para o cenário internacional, aguardando a reação de Wall Street sobre o acordo do limite da dívida americana, após o feriado lá fora ter interrompido as negociações na véspera.

A decisão gera cautela nos agentes financeiros, uma vez que a expectativa pela aprovação do maior endividamento dos EUA afastaria o risco de calote pela economia americana. Entretanto, o acordo liberaria espaço também para que o Federal Reserve aperte os juros no próximo mês.

Na agenda corporativa nacional, o Itaú [ITUB4] obteve a última autorização regulatória pendente para ampliar sua parte no Itaú Chile. O banco vai seguir com oferta pública voluntária para a aquisição da totalidade das ações de emissão na unidade chilena.

Entre os destaques do mercado interno, CCR [CCRO3] figura entre as maiores altas do Ibovespa, com 1,62%, Natura [NTCO3] também avança a 1,55%, assim como a maior parte do setor de consumo, que se apoia nos resultados da deflação do IGP-M.

Na contramão, os papéis de Petz [PETZ3] apresentaram queda de 3,06%. CSN [CSNA3] também cai, a 2,97%, em conjunto com todo setor de mineração e siderurgia, acompanhando a desvalorização do minério de ferro. Gerdau [GGBR4] recua a 2,69%.

O dólar renovou máxima cotado a R$ 5,05. A moeda americana ganhou força ante o real e outras moedas emergentes ligadas a commodities no exterior, no segundo dia consecutivo de forte desvalorização do petróleo.

Adicionalmente, a queda do minério de ferro na China também impulsiona o sentido de valorização. 

🇧🇷 Ibovespa -1,29% (108.906)
💵 Dólar+0,78% (R$ 5,05)

Cotações registradas às 12h30

Commodities

Os contratos de petróleo operam em baixa. A desvalorização ocorre em meio a dúvidas sobre a capacidade de o acordo sobre o teto da dívida dos EUA obter apoio no Congresso americano.

Embora o acordo tenha trazido alívio aos mercados, parte dos republicanos afirmam que irão rejeitá-lo.

O minério de ferro recuou 1,61% na bolsa de Cingapura, cotado a US$ 101,15 a tonelada.

A desvalorização da commodity de ferro permeia entre as incertezas sobre perspectiva para a demanda na China. 

🛢 Brent -3,51% (US$ 74,39)
🛢 WTI -3,55% (US$ 70,11)
🇨🇳 Minério de ferro -1,61% (US$ 101,15)

(Com Broadcast)

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