Ibovespa precifica agenda semanal; cenário de 2022-23 deve beneficiar agro, diz Itaú BBA

O Ibovespa opera em terreno negativo nesta segunda-feira (26), aprofundando queda e abandonando a marca dos 110 mil pontos, em ritmo mais forte que as bolsas internacionais. Vale notar que enquanto o mercado de ações do exterior caiu por quatro pregões seguidos na semana passada, o índice Bovespa teve alta de 2,23%.

Além disso, investidores observam com cautela a reta final para o primeiro turno das eleições presidenciais, enquanto aguardam a agenda econômica semanal, que inclui a ata do Copom, IPCA-15 de setembro e o RTI.

Apesar da queda das ações de commodities, os preços dos produtos de mineração e siderurgia devem se manter estáveis nos próximos meses, e a demanda deve seguir resiliente em papel e celulose, com o setor mostrando bons resultados no terceiro trimestre, avalia o Itaú BBA. Além disso, o banco afirma que o cenário de 2022-23 é positivo para soja e milho e provavelmente beneficiará as empresas do agro, e os preços do petróleo ainda elevados, margens sólidas e oportunidades de crescimento devem beneficiar as empresas de petróleo e gás.

A conclusão ocorreu após a 14ª Conferência de Commodities da América Latina, realizada pelo banco na semana passada. Em relatório, o banco diz que as incertezas permanecem na China, mas, para os preços, o pior parece já ter passado. Após correções no segundo semestre, as companhias de siderurgia e mineração acreditam que os preços de minério de ferro, alumínio e aço devem permanecer estáveis no curto prazo. 

Entre as maiores altas, estão Americanas (AMER3), IRB (IRBR3) e Qualicorp (QUAL3). As duas últimas têm altas marginais, e não firmam sinal único. 

Entre os ativos ligados à exportação, os frigoríficos seguem desvalorizando em meio ao receio do mercado sobre a demanda de carne diante da desaceleração econômica global. BRF (BRFS3) perde 3,37%, seguida por Marfrig (MRFG3) cai 3,29%, Minerva (BEEF3) tem baixa de 1,71% e JBS, 1,90%.

Na mesma direção, SLC Agrícola (SLCE3) recua 6,02%, a segunda maior baixa do Ibovespa, embora a perspectiva para grãos seja positiva. Os exportadores agrícolas brasileiros tendem a se beneficiar com os preços mais altos para os próximos meses em decorrência da oferta reduzida no mercado internacional. 

Desempenho do Ibovespa em 26 de setembro (Fonte: Bloomberg)

O dólar mantém alta firme, em seu maior patamar em quase dois meses, mesmo diante de uma melhora em alguns ativos, como o petróleo e as bolsas de Nova York. A moeda americana continua a refletir a busca do investidor por posições defensivas, em meio aos temores de aperto monetário mais forte nos Estados Unidos, recessão na Europa e tensão geopolítica.

🇧🇷 Ibovespa -1,86% (109.635)

💵 Dólar +2,53 (R$ 5,38)

Cotações registradas às 13h
 

Commodities

O petróleo registra queda, após ensaiar recuperação mais cedo. O dólar forte e preocupações sobre a demanda, com riscos à economia global, pesam nos preços.

A commodity continua gerando discordâncias entre os países europeus, que estão lutando para chegar a um acordo sobre a imposição de um teto de preço ao petróleo russo e provavelmente vão adiar uma discussão sobre o assunto até que um pacote de sanções mais amplo seja acordado. 

As sanções na UE exigem unanimidade, dando a cada nação um veto efetivo. A Comissão Europeia, braço executivo do bloco, se reuniu com os Estados membros no fim de semana para tentar chegar a um acordo sobre o pacote de medidas restritivas, segundo fontes da Bloomberg. Os países podem pressionar para ter um acordo preliminar antes de uma reunião informal de líderes da UE em Praga em 6 de outubro. 

O minério de ferro encerrou em queda, revertendo os ganhos do último pregão, que surpreendeu após a commodity persistir em baixa durante quatro pregões seguidos na semana passada.

🛢 Brent -1,80% (US$ 83,50)

🛢 WTI -1,61% (US$ 77,47)

🇨🇳 Minério de ferro -2,65% (US$ 96,25)

Cotações registradas às 13h; minério de ferro referente a Qingdao
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