Ibovespa reage a fim de pacote britânico; MRV (MRVE3) despenca após reportar prévias operacionais

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O Ibovespa opera em alta firme nesta segunda-feira (17) e segue acelerando os ganhos acima dos 114 mil pontos, em linha com a valorização das bolsas europeias e americanas. Estes mercados reagem ao anúncio de que o governo britânico não cortará impostos e ao balanço do Bank of America, melhor do que o esperado. 

Com queda de 11,13%, a maior do índice, os papéis da MRV (MRVE3) destoam da alta do setor e da tendência positiva do Ibovespa. O recuo ocorre após a companhia reportar as prévias operacionais do terceiro trimestre de 2022. 

O BTG Pactual destaca a desaceleração das vendas e a grande queima de caixa, resultando em um balanço fraco no período. “O trimestre foi fraco, pois as vendas no Brasil caíram e a Resia apresentou grande queima de caixa. Embora esperemos uma reação negativa do mercado aos resultados, pois os investidores podem temer um grande aumento do endividamento, continuamos compradores da MRV”, pondera o banco.

Apesar do recuo nos consolidados no período, Eduardo Fischer, co-presidente da MRV&CO, afirmou ao Broadcast que o mais importante foi a continuidade da estratégia de elevação dos preços de vendas dos imóveis, visando à recomposição das margens. “E essa estratégia não vai parar por aqui”, disse.

Além disso, o Itaú BBA rebaixou a classificação dos papéis da MRV de outperform (perspectiva de desempenho acima da média do mercado) para marketperform (em linha com o mercado) e cortou o preço-alvo da ação de R$ 15 para R$ 12. O corte veio três meses depois de os analistas subirem a régua para outperform.

Logo abaixo estão os ativos do Fleury (FLRY3), mas com oscilação bem mais leve se comparada à MRV, de -1,41%. Os papéis da empresa caem após anúncio de aumento de capital social.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, há bastante volatilidade. O setor ganhou força com a abertura positiva de Nova York, mas ainda apresenta sinais mistos. Por um lado, o bom humor externo apoia Vale (VALE3) que sobe 1,43%, Gerdau (GGBR4), com alta de 1,15%, e Gerdau Metalúrgica (GOAU4), que valoriza 0,29%. 

No entanto, o cenário chinês e a desvalorização do minério de ferro seguem no radar. Na ponta negativa, Usiminas (USIM5) cai 1,08% e opera entre as maiores baixas do índice. CSN (CSNA3) recua 0,47% e CSN Mineração (CMIN3), 0,31%. 

As aéreas aparecem entre as maiores altas do Ibovespa. Liderando os ganhos, CVC (CVCB3) sobe 8,54%, Azul (AZUL4) salta 7,40% e Gol (GOLL4), 5,71%. Investidores repercutem a desvalorização do dólar ante o real, que reduz os custos e dívidas das companhias, assim como o otimismo em relação ao setor. Destaque ainda para a queda dos juros futuros, que impulsionam o poder de compra de passagens e viagens. 

Vale mencionar também o anúncio da CVC, que, mais cedo, lançou um programa de fidelidade.

Desempenho do Ibovespa em 17 de outubro (Fonte: Bloomberg)

O dólar opera no vermelho, em meio à firme melhora das bolsas no exterior. A queda do índice de atividade industrial Empire State bem acima do esperado gera perspectiva negativa da economia e pode sugerir moderação por parte do Fed no aperto de juros, favorecendo alívio na moeda americana. 

Além disso, os mercados global e interno precificam o avanço da libra e a queda dos juros dos títulos do governo britânico (Gilts), na esteira do anúncio da reversão do pacote fiscal do Reino Unido.

🇧🇷 Ibovespa +1,81% (114.097)

💵 Dólar -1,15% (R$ 5,26)

Cotações registradas às 12h40

Commodities

O petróleo sobe levemente, revertendo parte das perdas que acumularam na semana passada, à medida que a fraqueza do dólar hoje torna a commodity mais atraente.

O minério de ferro fechou em queda de quase 2%, em reação às declarações do presidente Xi Jinping, no discurso inaugural do Congresso do Partido Comunista chinês, que afirmou que manterá a política de altas restrições à Covid-19, e que não haverá flexibilizações no curto-prazo, explica Gilberto Cardoso, CEO da Tarraco Commodities.

“Essa política causou muitos problemas de suprimento e uma queda na demanda interna muito forte, e vem freando a economia chinesa dramaticamente, o que preocupa o mercado”, afirmou ele.

O CEO ainda mencionou preocupação ao “patamar crítico” de cerca de US$ 90 a US$ 93 do minério, que, segundo ele, é o limite para os produtores chineses.

Além disso, a China adiou a divulgação de vários dados macroeconômicos que estavam previstos para a noite de hoje, incluindo dados de produção industrial, vendas no varejo e o PIB do 3T22. Na última sexta-feira (14), o país também adiou a divulgação dos dados de exportação, que deveriam mostrar desaceleração em meio à queda da demanda global.

🛢 Brent +0,37% (US$ 91,97)

🛢 WTI +0,32% (US$ 84,97)

🇨🇳 Minério de ferro -1,93% (US$ 95,4)

Cotações registradas às 12h40; minério de ferro referente a Dalian

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