Ibovespa tem terceiro pregão consecutivo de queda, ainda monitorando questões fiscais; dólar recua

O Ibovespa fechou em queda pelo terceiro pregão consecutivo nesta sexta-feira (18), após esboçar reação ao longo da manhã. Apesar do otimismo inicial, motivado pelas falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e por sinais de “alívio” nos gastos fora do teto estipulados na PEC da Transição, a piora no cenário externo e novas preocupações fiscais domésticas pressionaram o índice.

As máximas do dia vieram após falas do presidente do BC reforçando o compromisso com o cumprimento das metas de inflação, tranquilizando o mercado em relação a um possível descontrole do indicador. Contudo, o fortalecimento de rumores de que Fernando Haddad pode ser o escolhido para assumir o Ministério da Fazenda no governo Lula trouxe de volta o “mau-humor” para o mercado.

No exterior, a perspectiva de manutenção de uma postura agressiva (hawkish) pelo Fed renova temores de uma desaceleração econômica e até mesmo de uma recessão global, o que motiva cautela por parte dos investidores. A expectativa por menor crescimento na China também preocupa, especialmente em relação à demanda por commodities, o que afeta papéis de grande peso para o índice, como a Vale [VALE3] e a Petrobras [PETR3; PETR4]

O dólar fechou em queda, após consecutivos avanços, em meio ao relativo “alívio” com as questões fiscais e com um movimento de correção técnica. Investidores se recuperam do “susto” com a PEC da Transição, que chegou a impulsionar o câmbio para o patamar de R$ 5,50.

O compromisso do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin com a responsabilidade fiscal e a renúncia de Guido Mantega à equipe de transição repercutiram positivamente no mercado, o que favoreceu essa queda.

📊 Ibovespa 108.870,17 pontos (-0,76%)
💰 Volume R$ 33,3 bilhões
💵 Dólar R$ 5,3748 (-0,50%)

A maior alta de hoje ficou com a São Martinho [SMTO3], que avançou 10,26%, impulsionada pela alta do açúcar no mercado internacional. A Raízen [RAIZ4] também figurou entre os destaques do dia, registrando alta de 4,09%.

A Qualicorp [QUAL3] e a Hapvida [HAPV3] avançaram 3,44% e 3,27%, respectivamente, se recuperando após as fortes quedas registradas nos últimos pregões.

Do lado negativo, o IRB Brasil [IRBR3] foi o destaque do dia, despencando 8,64%. De acordo com Julia Monteiro, da MyCap, o movimento reflete uma estratégia de comprar opções baratas, quando um ativo está perdendo valor de mercado, indicativo que costuma ser comum em dia de vencimento de opções, como hoje. Além disso, a troca de comando da empresa também pressiona os papéis.

As varejistas também figuram entre as maiores altas, com Via [VIIA3] registrando queda de 8,30%, enquanto Magazine Luiza [MGLU3], Americanas [AMER3] e Natura [NTCO3] recuaram 7,08%, 4,86% e 4,13%, respectivamente. O avanço na curva de juros gera preocupações em relação ao setor, pressionando os papéis.

A Petrobras não sustentou os ganhos registrados pela manhã e virou para o campo negativo após o recuo dos contratos da commodity de referência no mercado internacional, em meio a perspectivas negativas com a demanda chinesa.

Os papéis ON [PETR3] da estatal recuaram 1,84%, enquanto os PN [PETR4] tiveram queda de 1,69%. Entre seus principais pares, PetroRio [PRIO3] e 3R Petroleum [RRRP3] caíram 3,63% e 1,65%, respectivamente.

A Vale [VALE3] recuou 2,73%, pressionada pela desvalorização do dólar ante o real no pregão. Apesar disso, analistas destacam que o movimento deve ser pontual, tendo em vista o avanço dos preços do minério de ferro

⬆️ Maiores altas do índice

🟢 SMTO3 +10,26%
🟢 RAIZ4 +4,09%
🟢 QUAL3 +3,44%

⬇️ Maiores baixas do índice

🔴 IRBR3 -8,64%
🔴 VIIA3 -8,30%
🔴 MGLU3 -7,08%

(Com Agência Estado e BDM Online)

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