Independência financeira: não, você não precisa deixar de gastar com lazer e cafezinho

Salário alto, vida abastada. Bons? Sem dúvidas. Mas longe de serem obrigatórios para alcançar a sonhada independência financeira.

O maior problema da liberdade financeira e justamente quando ela vira tão somente um sonho, sem nenhuma perspectiva coerente de concretização. Se a estratégia do próprio Warren Buffett é para quem quer “ficar rico devagar”, não é de se esperar efetividade de planos de enriquecimento no curto prazo.

De acordo com Marcus Vinicius Leoncio, especialista em renda variável da BS/ BRA, a jornada para a independência financeira é viável, conquanto seja leve e amparada por boa saúde mental.

Destrinchando conceitos

Independência financeira é o momento no qual uma pessoa consegue manter um padrão de vida a partir dos investimentos, sem depender do salário. Outra forma de caracterizar independência financeira é a sobrevivência através de renda passiva. Um dos principais pontos na conquista da liberdade financeira é buscar equilíbrio entre os recebimentos e o valor a ser aplicado em novos aportes.

“O valor que uma pessoa se compromete a investir precisa ser respeitado como outros custos, como conta de água ou o aluguel”, explica Marcus Vinicius.

Esse comprometimento não precisa ser algo penoso na jornada do investidor, precisa ser necessariamente leve. Não precisam existir medidas drásticas como tirar o dinheiro do lazer ou não ter prazer nas ações tomadas. A pessoa também precisa viver até que o objetivo dela seja concluído, e o bom emocional ajudará a tomar boas decisões.

O investidor de hoje conta com a atual democratização dos investimentos,  incluindo a facilidade de aportar. O avanço da tecnologia conecta o fácil acesso às plataformas a conteúdo especializado para estudo.

“Antigamente era mais complicado ter acesso às ações e compras de títulos. Hoje não, o acesso é mais fácil, os custos também cada vez menores devido ao crescimento do mercado. Em outros tempos, para comprar uma ação, a pessoa gastava mais de R$ 100 de custo operacional. Em contrapartida, hoje você encontra investimentos com taxa zero”, acrescenta Marcus.

Além de ordenar a conta de investimentos, junto das obrigações financeiras, é preciso manter o foco no trabalho. O investidor precisar ter o discernimento que será através do trabalho o alcance da sonhada independência. À medida que o investidor se desenvolver no meio profissional, os ganhos também tendem a aumentar, e necessariamente os investimentos precisam acompanhar tal crescimento.

Vale ressaltar que não existe um valor exato para começar a investir na independência financeira, tampouco um mecanismo de ação adequado. Tudo deverá ser avaliado pelo próprio investidor, e também contar com ajuda de assessoria para traçar as aplicações de acordo com o perfil.

Foco no futuro 

A aposentadoria é um dos pontos mais citados quando se fala em objetivos de liberdade financeira. A verdade é que muitas pessoas não conseguem manter o padrão de vida que tinham antes do período de descanso chegar. Conquistar a independência financeira é um processo de longo prazo, por isso é fácil atrelar a esse momento da vida onde todos vão atingir, com um bom suporte financeiro para essa situação.

“Acho que maior medo do investidor não deveria ser investir para a liberdade financeira, e sim depender do INSS. Com a população envelhecendo cada vez mais, esse recurso será solicitado por mais pessoas, e isso não cai do céu. Outro ponto é como as pessoas que dependem desse recurso vivem, na grande maioria. Esse deveria ser o principal medo, e não investir”, relatou Marcus Vinicius.

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