Inflação divulgada x inflação real

O IPCA não equivale à inflação que o brasileiro sente no bolso. Entenda a diferença entre a inflação real e a divulgada com esse artigo de Lucas Fernandes

DISCLAIMER: o texto a seguir trata apenas da opinião do autor e não necessariamente reflete a opinião institucional da Nomos Investimentos ou do TradeNews.

A inflação sempre esteve nos debates de grandes pensadores econômicos, como Keynes, Heyek, Friedman, Mises e outros. As escolas econômicas (neoclássica, keynesiana, monetarista e austríaca) sempre mantiveram a inflação como um assunto a ser tratado e resolvido.

Alguns defendem que a inflação é o aumento da quantidade de moeda em circulação (ROTHBARD, 2013), logo, é preciso frear esse aumento. Há quem defenda o aumento da quantidade de dinheiro para evitar o surgimento de um desemprego substancial (HAYEK, 2011); outros defendem a tese de que as crises mais graves podem ser solucionadas sem complicação com aumentos dos gastos públicos (BOUDREAUX, 2018),

Independentemente das mais variadas linhas de pensamentos sobre a inflação, há um fato que é um consenso geral: A inflação afeta diretamente a vida da população.

Desde que o mundo existe, a inflação sempre esteve presente na vida dos seres humanos. Aqui no Brasil, da década de 1970 até 1990, o Brasil viveu uma hiperinflação assustadora, onde os preços nas gôndolas dos supermercados eram alterados diariamente. Isso fez com que os Governos tentassem contê-la através de vários planos econômicos, como o Cruzado (1986), Bresser (1987), Verão (1989), Collor I (1990) e Collor II (1991).

Todos falharam; o único que conseguiu conter a hiperinflação foi o atual plano econômico, o Real. Conter a hiperinflação vivida no final do século XX não significa que a inflação sumiu ou que seus efeitos tornaram-se menos amargos.

O Brasil sempre viveu com uma inflação alta, a questão aqui é que há uma diferença considerável entre o IPCA divulgado e a inflação real; (vamos chamar aqui de inflação real o aumentos dos preços que sentimos no bolso quando vamos às compras). Um exemplo prático: O Brasil fechou 2023 com um IPCA de + 4,62%, porém a inflação real foi, no mínimo, três vezes maior que a inflação divulgada.

Podemos citar como exemplo: Morango (75,56%), Pepino (54,43%) Passagem aérea (47,24%), Abobrinha (44,91%), Tangerina (43,06%), Cenoura (18,16%) Repolho (39,84%), Azeite de Oliva (37,11%), Abacaxi (30,8%), Alface (30,78%), Passagem aérea (48,11%), Planos de Saúde (11,52%). A lista é extensa, mas, esses exemplos já bastam.

Devemos estar sempre atentos à inflação divulgada, e entendermos que existe um gap considerável entre ela e a real. Nosso poder de compra é diariamente corroído e isso nos afeta muito mais do que imaginamos.

Se você não aloca o seu dinheiro em ativos, saiba que, a cada dia que passa, você está ficando mais pobre e/ou menos rico, porque a inflação é um vírus e, como qualquer vírus, é invisível, mas sentimos quando chega. A inflação tem uma correlação direta com o desemprego, mas isso é assunto para uma outra coluna.

 

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