Inflação e desemprego

DISCLAIMER: o texto a seguir trata apenas da opinião do autor e não necessariamente reflete a opinião institucional da Nomos Investimentos ou do TradeNews.

Vocês perceberão que todo artigo aqui postado é uma espécie de continuação do artigo anterior, criando assim algo contínuo, didático e sequencial. Faço isso para que aja uma maior facilidade de compreensão. Notarão também que sempre se tratará de um tema pertinente ao nosso cotidiano, fazendo assim com que sejam temas que, no decorrer do seu dia a dia, você lembre do aqui foi lido.

Sendo assim, hoje falaremos sobre a inflação e o desemprego, qual a correlação dos dois etc.

A teoria econômica clássica sugere uma relação inversa entre inflação e desemprego, conforme descrito pela curva de Phillips.

O que é ou diz a curva de Phillips? Proposta por A.W. Phillips em 1958, ela diz que, quando a inflação aumenta, o desemprego tende a diminuir e vice-versa.

A ideia principal é de que existe uma relação de troca entre desemprego e inflação no curto prazo.

Ou seja, quando a taxa de desemprego está baixa, os salários tendem a aumentar mais rapidamente devido à maior demanda por trabalhadores, o que pode resultar em um aumento dos preços dos bens e serviços (inflação). Mas, quando a taxa de desemprego está alta, a pressão sobre os salários diminui, o que pode desacelerar a inflação.

Portanto, a Curva de Phillips sugere que há um trade-off entre inflação e desemprego: uma redução na taxa de desemprego está associada a um aumento na inflação e vice-versa. Isso implica que os formuladores de políticas econômicas podem tentar manipular a taxa de desemprego por meio de políticas fiscais e monetárias para atingir determinados objetivos de inflação.

Existem diversas criticas sobre a curva de Philips, podemos incluir por exemplo: Expectativas adaptativas e racionais, expectativas incorporadas, mudanças estruturais na economia, expectativas de politica monetária, estagflação e etc.

Certamente, Friedrich Hayek argumentaria que tentativas de manipular artificialmente o desemprego e a inflação por meio de políticas monetárias e fiscais distorcem os sinais de preços no mercado, levando a desequilíbrios e distorções na economia, em vez de alcançar estabilidade de curto prazo conforme sugerido pela Curva de Phillips.

A Curva de Phillips, embora tenha sido uma ferramenta útil na compreensão da relação entre desemprego e inflação, recebeu críticas por sua falta de consistência em períodos de estresse econômico, como choques de oferta ou eventos inesperados. Não temos espaço para de uma forma detalhada explicarmos cada uma delas, mas, de uma forma resumida, todas essas críticas destacam a complexidade da relação entre inflação e desemprego, e sugerem que a Curva de Phillips pode oferecer apenas uma visão parcial dessa dinâmica.

Um dos maiores economistas monetários de todos os tempos, Milton Friedman, critica a curva de Phillips dizendo que ela se concentra na suposição de que há uma relação estável e inversa entre desemprego e inflação a longo prazo, ignorando mudanças estruturais na economia e os efeitos das expectativas inflacionárias dos agentes econômicos.

Os economistas continuam a explorar e desenvolver teorias alternativas para entender melhor essa relação e informar políticas econômicas mais eficazes.

A correlação entre inflação e desemprego é uma questão complexa que continua a desafiar os economistas. Embora a teoria clássica da Curva de Phillips forneça um ponto de partida, é importante reconhecer as limitações dessa abordagem e considerar fatores como expectativas dos agentes econômicos, fricções no mercado de trabalho e políticas macroeconômicas na análise dessa relação. O entendimento preciso dessa dinâmica é essencial para formular políticas econômicas eficazes e promover a estabilidade macroeconômica.

 

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