“Investimento é um processo de longo prazo”, diz Léo Dutra, criador do Sistema Diamante

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“O grande segredo para dar errado é a ganância.”

Léo Dutra, criador do Sistema Diamante de estratégias com opções, adverte investidores a não buscarem lucros exorbitantes nas operações em bolsa. “Investimento é um processo de longo prazo”, no qual mais importante é ter boa diversificação.

Apesar da máxima remeter a modalidades de investimento como buy and hold, Léo Dutra não foge às operações de curto prazo – e, diferentemente dos participantes anteriores do Entrelinhas do Day Trade, é especializado em opções. A conciliação entre duas filosofias superficialmente opostas tem sua pedra angular no entendimento de Dutra sobre gestão de risco.

“Às vezes as pessoas veem o quanto elas podem ganhar, mas não olham para o risco.”

Ele aconselha alocar apenas os rendimentos obtidos em operações de baixo risco ao se posicionar em operações mais arriscadas. “Acho que essa é uma grande sacada: as pessoas usarem o fluxo de renda que o mercado gera para trabalhar essas estratégias mais agressivas, e não o capital próprio”.

A diretriz é fundamento do Sistema Diamante, no qual as opções são ferramentas de ampliação dos ganhos oriundos de investimentos mais conservadores. “O ponto principal é a gente conseguir montar uma estrutura a que a gente consiga se expor a ganhos maiores no mercado, só que protegendo nosso capital”.

Às entrelinhas

Um incipiente Sistema Diamante surgiu em torno de 2012, apenas dois anos após o início de Léo Dutra nas operações em bolsa. Como foi com uma parcela considerável das grandes invenções da humanidade, o impulso para o desenvolvimento da metodologia partiu de um fracasso.

Ao invés da falta de estratégia operacional característica de grande parte dos tombos de traders inexperientes, a falha de Dutra foi resumidamente causada por falta de análise fundamentalista. Com toda a sua reserva de capital, mais um montante emprestado pela avó, ele comprou ações da OGX, a fim de desenvolver as estratégias de renda com opções.

“Só que eu comprei uma empresa que era, enfim, uma porcaria”, sintetiza. Quando a companhia de petróleo e gás quebrou, Eike Batista não foi o único que perdeu dinheiro. Léo Dutra perdeu tudo.

“Se a gente for olhar, as pessoas conseguem perder dinheiro até mesmo na renda fixa […] justamente por não estar casando o que a pessoa aceita [como rendimento] com o risco de fato que ela está disposta a correr.”

Quando decidiu voltar para a bolsa de valores, tinha outro objetivo em mente: “não quero perder esse meu capital”. Portanto, começaria aos poucos. “Comecei a colocar em ações, renda fixa, e aí, com o dinheiro que dava – das ações, dividendos e da renda fixa –, eu ia colocando em estratégias mais agressivas”.

Da nova experiência, Léo Dutra encontrou o próprio caminho para ampliar ganhos sem se expor a tantos riscos. Entretanto, foi só em 2018 que o Sistema Diamante deixou de ser um modo intuitivo de operar e se tornou estratégia sistematizada.

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