O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado nesta quarta-feira (07) mostrou avanço de 0,23% em maio ante abril, uma forte desaceleração, de 0,38 p.p., de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA apresenta alta de 3,94%.
O IPCA-15, divulgado há 2 semanas, já mostrava uma queda no percentual do índice. Ainda assim, o recuo de hoje surpreendeu analistas.
Taxa de juros
O IPCA – medidor de inflação oficial do Brasil – é decisivo para as decisões de política monetária do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
Beto Saadia, diretor de investimento da Nomos, afirmou que a forte queda pode realmente abrir espaço para que a autarquia comece a avaliar possíveis cortes.
Segundo ele, isso pode acontecer porque a desaceleração na inflação teve apoio do recuo em vários dos grupos avaliados, o que traz um tom menos volátil para a queda.
“Mas o nosso Banco Central é um pouco mais rigoroso, é um pouco mais ortodoxo. Então, ele vai esperar a inflação desacelerar um pouco mais para jogar essa queda um pouco mais pra frente, por volta de setembro.”
Além disso, o especialista também destaca que os bancos centrais mundiais, nos últimos 20 anos, estão sincronizando cada vez mais seus movimentos.
No ciclo de aperto pós-pandemia, prossegue Beto, o Brasil foi pioneiro, um dos primeiros a subir a taxa de juros de uma forma muito aguda. Por isso, a economia “está colhendo esses frutos agora e hoje já tem a inflação ao redor do mundo bem mais controlada”.
Para o Ibovespa
O estrategista da Nomos, Rodrigo Correa, afirmou que, com essa queda no IPCA, o Ibovespa se posiciona para um rali de curto prazo.
O especialista também explicou que outros fatores contribuem para a alta no índice, como a aprovação do arcabouço fiscal no Congresso e o sinal positivo no Senado.
Segundo ele, a bolsa segue barata e com fundamentos que apontam que “o pior ficou para trás”, referindo-se ao 4T22 e indicando já a melhora no 1T23.
“Por isso tudo, eu queria relembrar que [estamos] positivos com a Bolsa [do] Brasil com mais 2 na nossa nota, que flutua entre -2 e +2 na alocação de Bolsa Brasil.”