O IPP brasileiro registrou o terceiro resultado positivo consecutivo em outubro ao avançar 1,11% e no ritmo mais rápido desde julho de 2022. O acumulado no ano (-4,43%) foi o menor já registrado para um mês de outubro desde o início da série histórica, em 2014. O acumulado em 12 meses ficou em -6,13%.
Entre meses, 14 das 24 atividades pesquisadas tiveram aumento de preços, com destaque para os impactos de alimentos (0,48%), indústrias extrativas (0,26 p.p.) e bebidas (0,15 p.p.). Em outubro, os alimentos se destacaram puxados pelos preços mais altos das carnes bovinas e de frango, pois o grupo de abate e produção de carnes subiu 4,95%.
Já as indústrias extrativas avançaram influenciadas por quatro atividades, mas nenhuma delas é o “óleo bruto de petróleo”, visto que houve queda no preço do barril em outubro. Por último, as bebidas ganharam tração no período graças a chegada do calor.
Apesar da nova alta expressiva, o IPP continua registrando variações negativas nos indicadores acumulados, muito em função dos 6 meses consecutivos de deflação registrados no início do ano.
Como temos um El Niño forte esse ano e já existem disrupções climáticas afetando plantações e causando um calor maior, entendemos que tanto os alimentos como as bebidas seguirão em alta pelos próximos meses, enquanto o petróleo e o minério de ferro tendem a perder força em meio à desaceleração do nível de atividade global.
De modo geral, mantemos nossa visão de que as altas do IPP não comprometem a trajetória da inflação e dos juros brasileiros.