Jackson Hole: Por que é tão importante?

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O simpósio de Jackson Hole começa nesta quinta-feira (25) e atrai atenção de investidores ao redor do mundo. A conferência, que vai até sábado (27), reúne os principais banqueiros centrais, economistas, acadêmicos, políticos e figuras notáveis do mercado financeiro para discutir política monetária e temas relacionados à economia global, na cidade de Jackson Hole, no interior de Wyoming, nos Estados Unidos.

Chegando em sua 45° edição, o tema deste ano é “Reavaliando restrições à economia e à política”. De acordo com Marco Ferrini, analista de macroeconomia da Benndorf Research, serão explorados “o surgimento das restrições econômicas durante a pandemia, e como as considerações de oferta voltaram aos holofotes nesse período”. 

Anúncios, discursos e perspectivas relevantes são características comuns ao simpósio, onde em 2007 foram dados sinais do que seria a crise do subprime e, mais recentemente, sobre a pandemia de Covid-19.

A expectativa em torno do evento ocorre por se tratar de uma das reuniões de banqueiros centrais mais antigas do mundo, e por reunir autoridades monetárias de mais de 70 países. Além disso, todos os anos, os olhares ficam voltados para o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed).

Amanhã, Jerome Powell, atual presidente do banco central americano, discursa no Jackson Hole, e investidores esperam um direcionamento sobre a política monetária dos Estados Unidos.

O país vem subindo a taxa de juros em alta velocidade, enquanto reporta alguns dados macroeconômicos bem ruins. Entretanto, o mercado de trabalho segue consistente, dividindo as expectativas do mercado sobre a próxima reunião do Fed.

Marco explica que existem três possíveis cenários para o discurso do presidente: dovish, neutro e hawkish

Uma política dovish se refere à diminuição da taxa básica de juros, com o objetivo de fortalecer a economia nacional e gerar empregos. Com menos juros, o crédito se torna mais atraente e os mercados aquecem, permitindo que as empresas ampliem suas atividades.

Para Marco, esse tipo de política seria consequência da desaceleração forte da economia dos Estados Unidos, em meio a um mercado de trabalho ainda muito sólido. “Eles podem decidir dar uma pisada no freio, sinalizar uma possível desaceleração pros mercados e pros investidores”, comentou.

Em caso de neutralidade, Powell evitaria dar muitas pistas sobre os rumos do Fed. “É importante destacar que a próxima reunião só acontece em setembro, […] até lá vão sair mais dados macroeconômicos dos EUA e a gente pode ver mais redução da inflação e  uma continuação da solidez do mercado de trabalho. Quem sabe até uma melhora eventual dos indicadores de desempenho da economia”, afirma o analista. 

A última possibilidade seria um direcionamento de política hawkish, buscando controlar a inflação. Nesse caso, o presidente sinalizaria uma continuidade de aperto monetário forte, segundo Marco, possivelmente apontando para aumento da taxa de juros em 0,75 pontos percentuais.

O direcionamento do discurso de Powell terá impacto direto na economia americana e no posicionamento de investidores nas bolsas. Considerando as fortes relações com Wall Street, é muito provável que a B3 opere alinhada a Nova York, mas o movimento dependerá da inclinação das falas do presidente do Fed.

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