A Jalles Machado encerrou o ano fiscal de 2025 com resultados robustos impulsionados principalmente pelo desempenho no mercado de etanol, segundo relatório do BTG Pactual. Mesmo diante de um cenário climático adverso que prejudicou a produtividade agrícola e reduziu o TRS (Açúcar Total Recuperável), a companhia se destacou com uma estratégia comercial eficiente, especialmente ao reter estoques para venda durante a entressafra, período de preços mais elevados.
O preço médio do etanol hidratado vendido foi de R$ 3,08 por litro, alta de 20% em relação ao ano anterior. A empresa conseguiu vender mais de 100% de sua produção anual e reduziu os estoques em 40% na comparação anual. O EBITDA ajustado alcançou R$ 480 milhões, 94% acima do ano anterior e 16% superior à estimativa do banco. A margem EBITDA subiu 25 pontos percentuais, atingindo 80%, enquanto o EBITDA por tonelada de TRS foi de R$ 1.466, superando as projeções em cerca de 10%. A alavancagem permaneceu controlada, com relação dívida líquida/EBITDA em 1,2 vez.
Para a safra 2025/26, a Jalles projeta moagem de 7,9 milhões de toneladas de cana, aumento de 1% sobre o ciclo anterior. O TRS por tonelada deve crescer para 140 kg, elevando o TRS total a 1,1 milhão de toneladas, segundo o BTG. A principal mudança será no mix de produção: 54% voltado para açúcar e 46% para etanol, em contraste com os 44,6% de açúcar na safra passada. Com as melhores margens no açúcar e 85% da produção já hedgeada, a rentabilidade deve se beneficiar.
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O banco destaca ainda o aumento previsto de 6,8% nos investimentos recorrentes, que devem alcançar R$ 489 milhões, enquanto os investimentos em expansão devem recuar 10%, somando R$ 257 milhões, número ainda considerado elevado.
Apesar de uma leve queda esperada na produtividade agrícola, a Jalles segue com o plano de alcançar 9 milhões de toneladas moídas na safra 2026/27. O BTG Pactual vê a companhia como uma oportunidade atrativa no setor de Açúcar e Etanol, negociando com yields de fluxo de caixa livre elevados e sustentando sua posição como uma história de crescimento no segmento.
O banco tem recomendação de compra, com um preço-alvo de R$ 8,00, o que representa valorização de 95% em relação ao último fechamento.