A expectativa de retorno para quem investe em ações brasileiras deve crescer de forma expressiva até 2026. De acordo com relatório do J.P. Morgan, o lucro por ação (EPS, na sigla em inglês) do Ibovespa pode saltar de 2% em 2025 para cerca de 9% no ano seguinte, mais do que quadruplicando em relação ao nível atual.
A equipe de análise do banco americano avalia que, mesmo após o Ibovespa atingir recordes históricos recentemente, o cenário continua positivo para a bolsa brasileira. Com a perspectiva de melhora na rentabilidade das empresas listadas, o mercado de ações tende a se tornar mais atrativo para o investidor.
Entre os fatores que sustentam essa visão está o fim do ciclo de alta da Selic, sinalizado pelo Banco Central. Para o J.P. Morgan, esse movimento abre espaço para cortes nos juros já no fim de 2025, com possível redução de 0,25 ponto percentual em dezembro. Segundo o banco, isso deve favorecer especialmente companhias com dívidas atreladas ao CDI, que se beneficiam diretamente da queda nas taxas.
Apesar do alívio monetário esperado, o banco ressalta que o nível ainda elevado dos juros deve impactar negativamente a atividade econômica no curto prazo. A projeção é de desaceleração do PIB a partir do segundo semestre deste ano.
A eleição presidencial de 2026 também entra no radar do J.P. Morgan como um elemento relevante para os mercados. “Mesmo faltando 14 meses para a disputa, a narrativa eleitoral já é determinante”, afirmou Mislav Matejka, diretor global de alocação em ações do banco. Para o analista, pesquisas recentes indicam uma queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que pode ampliar a competitividade de candidatos da oposição.
O Brasil segue entre os mercados recomendados pelo J.P. Morgan para alocação em renda variável.