Panorama de 25 a 29 de setembro
As decisões de política monetária foram as grandes protagonistas da última semana. O Federal Open Market Committee (Fomc) decidiu manter os juros dos EUA entre 5,25% e 5,50%, resultado amplamente esperado pelo mercado nesta quarta-feira (20)
Outro desfecho que também já era aguardado foi o corte de 0,50 p.p.na Selic feito pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
O problema veio com os comunicados divulgados logo após as decisões. Tanto o Fomc quanto o Copom tiveram tons mais hawkish, com o órgão americano antevendo mais aumentos ainda esse ano e o brasileiro extinguindo as esperanças de um afrouxamento mais acelerado nos juros.
Para a próxima semana, o mercado irá monitorar a divulgação dos índices de gerentes de compras (PMIs) na China, índice de preços PCE nos EUA e a ata do Copom.
Radar de Proventos
Na segunda-feira (25) ficam “ex-dividendos” as ações da Telefônica Brasil* (Vivo) [VIVT3], WEG [WEGE3], Cury [CURY3] e Odontoprev [ODPV3].
Isto sendo, investidores posicionados nas referidas ações até a última sexta-feira (22) terão direito aos proventos anunciados.
Já na terça-feira (26) ficam “ex” os papéis de Track & Field [TFCO4] e Cemig [CMIG4].
Na quarta-feira (27), é a vez de Hypera* [HYPE3], Localiza* [RENT3], Multiplan* [MULT3], CSU Digital [CSUD3], Lojas Renner [LREN3] e Comgas [CGAS5] ficarem “ex-dividendos”.
Por fim, na quinta-feira (28), Armac* [ARML3], Hapvida* [HAPV3], Guararapes* [GUAR3] e Movida* [MOVI3] ficam “ex-direitos”.
*O relatório da Bloomberg aponta que as datas em que estas ações ficam “ex-proventos” são apenas previsões, não estão confirmadas, estando sujeitas a mudanças.
Panorama do Ibovespa
O índice vem mostrando força vendedora mais forte nos últimos dias, afirma Filipe Borges, analista técnico da Benndorf Research. Ele acrescenta que, ao olhar para um movimento mais amplo, há uma simetria para uma bandeira de baixa.
A figura vem após uma correção em forma de canal de alta – característica de uma bandeira de baixa – depois do longo período de queda consecutivas que o Ibovespa enfrentou, expõe o analista.
“Agora volta a ter entrada de fluxo vendedor [o que] vem refletindo nos preços. Ontem nós tivemos a maior queda intradiária desde julho desse ano”, destacou.
Caso perca os 116 mil pontos, o Ibovespa encontra seu suporte principal nos 114 mil pontos, sendo que, abaixo desta região, abre espaço para quedas mais fortes com alvo em cerca de 109 mil pontos e alvo principal nos 105.500, sinalizou Filipe.
Dicas de Trades
Magazine Luiza [MGLU3]
O ativo está em tendência de baixa em todos seus principais gráficos, apontou Filipe, sendo que, no mensal, o papel faz seu segundo triângulo simétrico da história.
“O primeiro foi em 2013. onde o rompimento para baixo levou a quedas do ativo em torno de 85% e agora temos de novo um triângulo”, informou.
Caso o mesmo comportamento se repita e a ação caia, o analista projeta um alvo na região de R$ 1,55.
“Não há nenhuma indicação de compra deste papel. Inclusive, estamos com uma com uma operação de venda em andamento com algo em torno de 60%”, completou.
MRV [MRVE3]
Outro papel que está em tendência de baixa no gráfico diário e que Filipe indica operações de venda, já que a ação vem em movimentação de bandeira de baixa. Um fator importante frisado pelo analista é que há uma formação de ombro-cabeça-ombro a qual o ativo vem realizando e que é de reversão de tendência.
O analista está shorteado na ação, que agora tem um suporte na região dos R$ 10,40 o qual, caso perdido, poderá atingir o alvo da operação em R$ 9,48, o que renderia um lucro em torno de 18%.
Braskem [BRKM5]
A ação falhou em romper o topo nos R$ 30 e caiu forte, montando um pivô de baixa com uma entrada de fluxo vendedor, expôs Filipe.
“Estamos vendidos ali na região dos R$ 21,94, [que] nesse momento [traz] em torno de cinco por cento de lucro […], [nosso] objetivo do ganho na queda do ativo é de 14% .”
A indicação de alvo do analista é de R$ 18,85.
“Não há nenhuma indicação de compra, já estamos com a realização parcial feita e agora deixando o mercado trabalhar para buscar o alvo final ali embaixo”, completou.
Indicadores econômicos
Importantes dados macroeconômicos serão divulgados na próxima semana: os PMIs chineses, o índice de preços PCE e a Ata do Copom.
Na China, a atividade deve apresentar comportamento divergente quanto aos diferentes segmentos, explica Marco Ferrini, analista de macroeconomia da Benndorf Research.
Ele indica que a indústria deve registrar uma certa retomada – impulsionada por novos estímulos monetários –, enquanto, para os serviços, há grande possibilidade de queda, aproximando-se do território contracionista – em reflexo da demanda interna e externa deprimidas.
O analista também destaca que o país passa por um momento turbulento, ainda sem indicações claras de uma recuperação, e deve promover mais estímulos.
“No mais, a inflação deve permanecer baixa, possibilitando mais estímulos monetários e fiscais, e os indicadores de sentimento devem seguir próximos das mínimas.”
Nos Estados Unidos, o PCE provavelmente apresentará uma alta em sua leitura de agosto, puxada principalmente pelos combustíveis, diante da valorização do petróleo nos últimos meses, analisou Marco.
Outro item que deve influenciar no indicador é o de habitação, frente um mercado imobiliário com estoques baixos e preços elevados, frisou o especialista. Já a alimentação deve apresentar a menor variação, por conta da queda no preço das commodities agrícolas.
Por fim, Marco sinaliza que a ata do Copom deve seguir em linha com o comunicado divulgado logo após a reunião, o qual eliminou qualquer esperança de cortes mais expressivos ainda em 2023.
“Esperamos comentários de destaque em relação às pressões inflacionárias, que estão aumentando novamente e podem ganhar ainda mais ritmo com os impactos esperados do El Niño, mas ao mesmo tempo a desaceleração da economia global e a letargia na China podem contribuir para manter as mesmas controladas”, ressaltou.
Segundo o analista, a meta fiscal também deve ser outro ponto enfatizado no documento, com a autarquia reafirmando que a responsabilidade fiscal e o cumprimento das metas são essenciais para que se mantenha a trajetória de afrouxamento atual.
“Por fim, a sinalização unânime na direção de novos cortes de mesma magnitude para as próximas reuniões é bastante positiva e deve abrir espaço para uma retomada mais robusta da economia real e ativos financeiros”, completou.
Calendário Macroeconômico
Hora
País
Evento
Segunda-feira
8h25
9h
19h
Brasil
Brasil
EUA
Boletim Focus
Confiança do consumidor FGV (set)
Discurso do Fomc
Terça-feira
9h
11h
EUA
EUA
Licenças de construção
Vendas de casas novas (ago)
Quarta-feira
8h30
9h30
11h30
14h30
Brasil
EUA
EUA
Brasil
Empréstimos bancários
Pedidos bens duráveis (ago)
Estoques de petróleo em Cushing
Fluxo cambial estrangeiro
Quinta-feira
5h
9h
9h30
22h45
22h45
22h45
Zona do Euro
Brasil
EUA
China
China
China
Relatório mensal do BCE
PPI
Índice de preços do PIB (2T23)
PMI industrial Caixin (set)
PMI do setor de serviços Caixin (set)
PMI composto
Sexta-feira
3h
3h
6h
6h
8h30
9h30
9h30
10h45
11h
11h
11h
11h
13h
13h45
22h30
Reino Unido
Reino Unido
Zona do Euro
Zona do Euro
Brasil
EUA
EUA
EUA
EUA
EUA
EUA
EUA
Zona do Euro
EUA
China
Investimentos das empresas (2T23)
Índice de preços de imóveis Nationwide
CPI
Núcleo do CPI
Dívida Líquida/PIB (ago)
Índice de preços PCE (ago)
Gastos pessoais (ago)
PMI de Chicago (set)
Expectativas de inflação Michigan (set)
Expectativas de inflação a 5 anos Michigan (set)
Confiança do consumidor Michigan (set)
Índice Michigan de percepção do consumidor (set)
Discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE
Discurso do Fomc
PMI não-manufatura (set)