CSN Mineração [CMIN3] completou cinco dias seguidos em alta na terça-feira (18), com valorização acumulada de 5,79%. A companhia se beneficia do aumento dos preços do minério de ferro no mercado internacional, enquanto as demais mineradoras e siderúrgicas brasileiras não acompanham a sequência de altas.
A valorização recente de CMIN3 pode estar relacionada à expectativa de resultados da empresa no terceiro trimestre deste ano, que deve registrar um crescimento ao redor de 60% de Ebitda em relação ao segundo trimestre, afirma Felipe Ruppenthal, analista de siderurgia e mineração da Eleven.
Ele diz que o movimento é proporcionado pela maior produção e melhores preços de minério de ferro, gerando uma forte recuperação dos fracos resultados do trimestre passado na companhia.
“Esperamos que a empresa mantenha um bom ritmo de produção para o próximo semestre, mesmo com o período de chuvas sazonais, que costuma afetar negativamente a fabricação”, argumenta o analista.
Ruppenthal destaca que, dentre as mineradoras mundiais, CSN Mineração é a que deve apresentar o maior crescimento proporcional de produção, e espera dobrar sua produção nos próximos anos com projetos de expansão de capacidade.
Quanto ao setor, o analista da Levante João Abdouni explica que as siderúrgicas estão em um momento mais desafiador que as mineradoras, uma vez que a China está exportando aços planos para mercados como o Brasil.
Ele diz que CMIN3 tende a se beneficiar mais deste quadro, pois a produção de minério de ferro da empresa tem qualidade inferior à Vale [VALE3], passando por alavancagem operacional como consequência da elevação nos preços.
“Por conta de um minério de ferro com maior nível de pureza, VALE3 é mais rentável que CMIN3”, argumenta Abdouni.
Entretanto, com a commodity negociada acima dos US$ 115, ele acrescenta que tanto Vale [VALE3] quanto CSN Mineração devem apresentar performances bastante interessantes no longo prazo e “são boas alternativas para pagamento de dividendos”.
Apesar de Vale não ter apresentado uma valorização das ações em linha com a evolução dos preços do minério de ferro no último ano, Felipe Ruppenthal vai na mesma direção e também recomenda a companhia como investimento.
“Além das excelentes perspectivas para o setor de metais básicos, cujo mercado deve crescer em ritmo de dois dígitos nos próximos anos, a empresa tem apresentado um melhor mix de produção”, conclui o analista.
Quanto aos grandes players do mercado, como JP Morgan, Goldman Sachs e Morgan Stanley, as recomendações apontam divergência sobre CSN Mineração, de acordo com o painel de recomendações da Bloomberg.
Análise técnica
No curto prazo, CMIN3 segue sendo uma das melhores ações do setor de siderurgia, mas não há um ponto de entrada neste momento, segundo o analista técnico da Benndorf Filipe Borges.
Ele explica que o ativo está em região de topo, com topos e fundos ascendentes no gráfico semanal e que espera o fechamento acima de R$ 5,00, com aumento de volume, já que vem diminuindo nas últimas semanas.
Para quem está posicionado no ativo, ele recomenda manter-se comprado, com stop abaixo de R$ 4,50 e o alvo na região dos R$ 5,60.
“Para novas entradas, é melhor aguardar um sinal um pouco mais claro”, conclui Borges.