Quando o governo dos Estados Unidos publica o payroll, relatório oficial do mercado de trabalho americano, classifica-se os dados como macroeconômicos. Mas como mensurar a reação individual dos agentes econômicos? Indicadores microeconômicos respondem.
A microeconomia é um segmento da análise econômica focada no comportamento individual de consumidores, empresas e governos em relação à oferta e demanda de bens e serviços em um mercado específico.
Segundo o especialista em macroeconomia Marco Ferrini, da Benndorf Research, a microeconomia aborda aspectos menores da economia, enquanto a macroeconomia se preocupa com o estudo de questões de ordem mais ampla, como a inflação, o crescimento econômico e o desemprego.
Em termos práticos, o estudo microeconômico analisa como os indivíduos e as empresas tomam decisões em relação à produção.
Na cadeia produtora de trigo, por exemplo, o conceito de oferta e demanda se aplica na existência dos produtores da commodity e dos consumidores.
Na economia, ao entender como se dá a formação de preços é preciso ter ciência de que, em tempos de baixa produtividade e alto consumo, é bem provável que o preço do trigo seja elevado. Mas caso o contrário aconteça, a tendência é que o preço diminua.
Principais conceitos
Os principais conceitos da microeconomia incluem a oferta e demanda, a elasticidade, o custo de produção, o lucro e a concorrência.
Por meio deles, os especialistas do mercado podem observar como as mudanças em um mercado afetam as decisões de consumo e produção dos indivíduos e das empresas.
Para Marco Ferrini, a microeconomia é fundamental para a compreensão do funcionamento da economia em geral, já que as decisões individuais e empresariais afetam diretamente a economia como um todo.
Além disso, ela é utilizada em diversas áreas, como finanças, política pública e negócios.
A microeconomia é uma área essencial para a compreensão do comportamento individual em relação à oferta e demanda de bens e serviços em um mercado específico.
Com base em seus conceitos, é possível analisar como as mudanças afetam a economia como um todo e tomar decisões referentes a diversas áreas.
O papel da microeconomia no mercado financeiro
O mercado financeiro se movimenta em torno de uma série de fatores macro e microeconômicos. E mesmo que a macroeconomia possa ter maior relevância para as decisões de investimento em longo prazo, a microeconomia é importante se o pensamento for o contrário.
Os investidores precisam entender as tendências do mercado, a concorrência e o desempenho financeiro das empresas individuais antes de decidir onde investir o próprio dinheiro.
De acordo com o profissional consultado pelo TradeNews, a análise de dados econômicos é essencial em diversas áreas financeiras, como a determinação de preços de ativos no mercado, a compreensão do comportamento das empresas em relação à produção e aos custos.
Além disso, fatores microeconômicos pesam também na análise do processo de tomada de decisão dos grandes investidores e no desenvolvimento de estratégias de controle de risco para indivíduos e empresas, com o objetivo de maximizar lucros e minimizar riscos.
Através do estudo das finanças corporativas, investidores podem avaliar o grau de endividamento de uma empresa, sua capacidade de gerar fluxo de caixa e sua liquidez.
Em resumo, a microeconomia é uma parte essencial da análise financeira e tem um papel importante na tomada de decisões de investimento.
O que serve para micro é o mesmo a macro? Entenda o conceito agregado
Apesar de serem essenciais para a economia, as áreas de macroeconomia e microeconomia têm focos diferentes. Embora possam parecer a mesma coisa, elas se complementam. Por isso, é necessário compreender as diferenças entre essas áreas para uma compreensão completa da economia.
A macroeconomia é o estudo dos agregados econômicos como um todo e trata de assuntos como emprego, inflação, renda nacional, comércio internacional e políticas governamentais.
Na macroeconomia, o objetivo é examinar o comportamento e desempenho da economia, e oferecer teorias e políticas recomendadas para promover um crescimento econômico sustentável, estabilidade e prosperidade, explicou Ferrini.