Moura Dubeux: a gigante nordestina que o mercado ainda não percebeu

Moura Dubeux [MDNE3] é a maior construtora e incorporadora do Nordeste, com mais de 40 anos de mercado. O seu sucesso fez com que se tornasse uma das melhores opções de investimento no setor imobiliário, mesmo que o mercado pareça ainda não ter percebido. 

Fundada em 1983 pelos irmãos Aluísio, Gustavo e Marcos José Moura Dubeux, a companhia sempre apresentou um trabalho sólido, mas foi em 2020, quando a empresa realizou seu IPO, arrecadando mais de R$ 1 bilhão, que o projeto de expansão pôde entrar em vigor, permitindo à Moura Dubeux atuar em 7 estados do Nordeste. 

O fato da Moura ter fincado suas raízes no Nordeste é o principal diferencial da marca, pois concedeu a ela a capacidade de dominar um mercado que a muitos amedronta. 

“Comparada a empresas similares no setor de construção”, e excluindo o segmento de baixa renda, a Moura Dubeux se destaca por sua atuação no Nordeste, enquanto a maioria opera no Sudeste, especialmente em São Paulo. Isso resulta em um ambiente menos competitivo”, conta Guilherme La Vega, analista da Arkad Invest. Além disso, “a empresa possui um histórico sólido de desempenho e atua em um mercado diversificado”, composto por diferentes cidades do Nordeste, “o que reduz o risco operacional”.  

Por volta dos anos de 2010, quando o país vivia uma boa fase na construção civil, muitas construtoras do Sudeste – Cyrela [CYRE3], PDG [PDGR3], entre outras – optaram por buscar novos mercados e tentaram se aventurar no Nordeste. Tal tentativa se mostrou completamente catastrófica, empurrando as empresas que se aventuraram de volta para o eixo Rio-SP.

Esse movimento de retorno foi fundamental para que a Dubeux pudesse garantir pouca disputa por terrenos e aumentar seu landbank – ou banco de terras –, fator crucial para o crescimento de empresas do ramo.  

Além disso, um dos modelos de negócio utilizados pela incorporadora é o de condomínio fechado, modelo no qual o prédio é construído com os recursos do próprio comprador.  Segundo Marco Saravalle, estrategista chefe da MSX Invest, esse é um dos fatores que contribuem para a invisibilização da empresa no mercado de investimento.

“Eu acredito que o mercado de São Paulo acabou se tornando muito nichado em termos de um modelo de negócios para o setor de incorporação.” Nas incorporadoras do Nordeste, compara o especialista, observa-se uma abordagem diferente na execução, com definição clara de um modelo de negócio que se torna rentável tanto pelo método tradicional de incorporação quanto pelo modelo de condomínios.

Esse último, por sua vez, é uma forma que as incorporadoras do eixo Rio-São Paulo, no Sudeste do país, não sabem operacionalizar tão bem, o que torna o mercado reticente. “O que na nossa cabeça não faz tanto sentido, visto que a Moura Dubeux tem quase 40 anos de operações e se manteve uma empresa rentável nos ciclos pró setor imobiliário”, expressa.

Vale a pena negociar MDNE3? 

Ao divulgar sua prévia operacional, a MDNE3 impressionou com bons resultados, que levaram à decisão de começar a pagar dividendos no fim de 2024, ficando ainda mais atrativa para o mercado.

“A Moura Dubeux tem apresentado resultados consistentes e, com base no que venho acompanhando, não vejo motivos para que isso mude nos próximos dois anos”, afirmou La Vega. “Espero que a empresa continue entregando resultados com margens elevadas e comece a remunerar os acionistas com bons dividendos. Isso pode torná-la uma excelente opção para uma carteira focada em renda.” 

A recomendação da Levante Corp. é de compra, com preço justo de R$ 20,00. O preço é mensurado a partir de modelagem de fluxo de caixa livre para o acionista.

Adicionalmente, o analista técnico da Benndorf Research Filipe Borges aponta que o gráfico da Moura Dubeux está bem bonito. Ele tem MDNE3 em sua carteira. “A gente percebe que teve uma entrada de fluxo comprador no papel desde abril do ano passado, e agora, consolidando o melhor volume desde 2020, a gente pode ver isso pelo gráfico”, pontua. 

O papel se manteve acima dos R$ 10, “uma excelente região de suporte”, e agora tem confirmado o rompimento da resistência, entre R$ 14 e R$ 14,30. A proximidade dos R$ 15 “abre espaço para altas, com a próxima resistência na máxima, observado no ativo na região dos R$ 18,90”. 

Filipe é comprador do ativo para manter para o longo prazo. “Inclusive está na minha carteira de 2024, com potencial de valorização bem grande esse ano”, finaliza o analista.

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