“No mundo, o tema central ainda circula em torno da possibilidade/proximidade de uma recessão”, afirma Kapitalo

Uma recessão pode estar se aproximando, após dados referentes à indústria apresentarem desaceleração em todo o mundo, especialmente após a reabertura chinesa e a perda de força da atividade do país, explicou a gestora Kapitalo em carta de maio aos acionistas.

Ainda na China, as vendas de casas desaceleraram, ao mesmo tempo em que incorporadoras encontram dificuldades de iniciar novos empreendimentos, com famílias tomando menos crédito hipotecário. 

Por outro lado, o consumo das famílias segue resiliente. Entretanto, não parece que será forte o suficiente para sustentar um crescimento de 6% com vetores apontando para outra direção. 

Com isso, a casa aumentou sua posição vendida no yuan chinês, além do peso colobiano e na rúpia da Indonésia.  

Em paralelo, com a aproximação da reunião do Federal Market Open Committee (Fomc), para decisão dos juros nos EUA, a gestora afirmou que abril seguiu mostrando a resiliência da economia americana e a persistência de sua inflação. 

Em maio, a pressão inflacionária dos EUA diminuiu, mas continua longe da meta de 2% e com núcleos ainda altos. 

No mesmo período, a geração de empregos se manteve surpreendentemente alta e o desemprego seguiu em mínimas históricas. 

“Esses fatores nos levam a acreditar que o Fed não tenha acabado o ciclo de alta da taxa de juros”, expôs a gestora. 

Em relação aos juros, a gestora afirmou que reduziu posição de curvatura dos Estados Unidos. 

Em bolsa, a Kapitalo zerou sua posição vendida em índices globais, mantendo a posição comprada e de valor relativo em papéis brasileiros. 

De acordo com a asset, as notícias sobre inflação no Brasil são “mais positivas”, com a pressão inflacionária corrente mais baixa. Apesar disso, ela afirma acreditar que uma convergência para a meta necessita de uma desaceleração mais significativa da atividade. 

A alta dos juros no país segue impactando negativamente o mercado de crédito, disse a carta. Todavia, a Kapitalo aponta que o setor continua mais forte que o esperado, assim como o mercado de trabalho, com grande criação de vagas formais exibida no Caged, além do desemprego em queda.

A gestora manteve posição comprada em inflação no Brasil.

Além disso, ainda sobre o juro, a Kapitalo reduziu a posição tomada no Japão e aplicada no Reino Unido, também mantendo posição vendida em inflação na Europa. 

No continente, a casa viu algumas surpresas negativas no mês passado. O PMI composto da Zona do Euro registrou sua primeira baixa desde outubro de 2022 e a inflação dá sinais mais claros de desaceleração. 

No Reino Unido, a surpresa com a inflação maior que o esperado deve forçar o Banco da Inglaterra (BoE) a seguir com o ciclo de aperto monetária, indicou a Kapitalo. 

A gestora afirmou ter reduzido posição comprada no Euro. 

Outras posições

Em juros, a Kapitalo aumentou sua posição aplicada no México.

Em moedas, manteve posição comprada na rúpia indiana, no real brasileiro e no dólar australiano. A asset reduziu posição comprada no peso mexicano, também zerando posição comprada no iene japonês e no shekel israelense.

Em commodities, a gestora manteve posição comprada no ouro e no petróleo e vendida no café. Reduziu posição vendida em milho e na prata.

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