O colapso da UST e da LUNA foi devastador, mas ainda há esperança para as criptomoedas

O colapso da UST e da LUNA foi devastador, mas ainda há esperança para as criptomoedas

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* Por George Kaloudis

Primeiro, quero destacar que muita gente trabalhadora perdeu dinheiro por causa da queda do mercado de criptomoedas na última semana. Algumas pessoas viram todas as suas reservas sumirem. Apesar de o dinheiro não ser tudo na vida, perder muito dele com certeza é devastador. Se você ou alguém que você conhece perdeu grana no crash da LUNA/UST, saiba que a vida sempre vale a pena ser vivida.

Se você de alguma forma ainda não sabe, a TerraUSD (UST), uma stablecoin que deveria ser pareada ao dólar americano na proporção de 1:1, não vale mais US$ 1. Quando algo deveria ser US$ 1 e não é, isso geralmente não é bom. Além disso, a cripto irmã que dá suporte para a UST, a Terra (LUNA), também perdeu praticamente todo o seu valor. Essas quedas foram amplamente divulgadas e, portanto, também existe a possibilidade de você já ter lido centenas de matérias sobre o assunto.

Mas este texto tem que ser feito porque os leitores vão se lembrar de mim falando sobre a Luna Foundation Guard (LFG) – a organização sem fins lucrativos que trabalha para promover e estabilizar o ecossistema Terra (que emite UST e LUNA) – anunciando que compraria US$ 10 bilhões em Bitcoin (BTC) para apoiar UST. Para ser justo comigo, fiquei muito empolgado por poder escrever sobre algo que Hal Finney (desenvolvedor pioneiro do mercado cripto) publicou no famoso fórum Bitcoin Talk. Mas, para ser justo… a verdade é que eu não estava animado com a possibilidade de uma stablecoin apoiada em Bitcoin.

Dito isto, vou colocar o máximo de informações que puder neste material sobre a Terra, sem deixar o conteúdo pesado ou banal.

Aqui vai…

Existem criptomoedas chamadas stablecoins, que são pareadas em um ativo estável. Há stablecoins que valem um dólar, um euro, um won…. O mais comum é que sejam pareadas à moeda fiduciária dos Estados Unidos mesmo. Culpe a hegemonia do dólar americano por isso.

As stablecoins existem para que os nativos de criptomoedas possam entrar e sair do dólar facilmente sem precisar de um banco para aprovar depósitos e saques. Elas facilitam a maior parte do trade de criptomoedas, e alimentam o interminável carrossel de criptomoedas que é o DeFi (sigla em inglês para finanças descentralizadas). Mais importante, as stablecoins são usadas por cidadãos sujeitos a governos totalitários que estimulam a hiperinflação.

Existem alguns tipos de stablecoins por aí, como Tether (USDT), USD Coin (USDC), Binance USD (BUSD), Dai (DAI) e a TerraUSD (UST). Essas cinco são as maiores do mercado e representam cerca de US$ 160 bilhões.

Três dessas stablecoins (USDT, USDC, BUSD) são colaterizadas e emitidas por entidades centralizadas. Essas entidades têm um tesouro em dólares que respalda cada moeda. Dessa forma, cada unidade pode ser resgatada por US$ 1.

A DAI é diferente, pois é garantida e apoiada por um portfólio diversificado de criptoativos. Em vez de ser emitida por uma entidade centralizada, é uma organização autônoma descentralizada (DAO) chamada MakerDAO que faz o gerenciamento. A DAI é colaterizada com criptomoeda em vez de dólares, mas é – e isso é fundamental – supercolateralizada.

A UST é ainda mais diferente. Ela é uma stablecoin algorítmica alimentada pelo protocolo Terra, e não é colaterizada. Em vez disso, é apoiada por sua cripto irmã chamada LUNA.

Quando o preço da UST é muito alto (> $ 1), o protocolo incentiva os usuários a queimar (destruir) LUNA e cunhar (fazer) UST. Quando o preço da UST é muito baixo (<$1), o protocolo incentiva os usuários a queimar (destruir) UST e cunhar (fazer) LUNA.

Isso é muito inteligente na superfície. É simples. Se a demanda por UST for alta o suficiente para aumentar seu preço para US$ 1,01, o protocolo imprime UST em troca de se livrar de um pouco de LUNA. O problema é que funciona perfeitamente até que não funciona mais. E cara, parou de funcionar na segunda-feira passada…

A UST deveria ser US$ 1, não US$ 0,11. O gráfico da LUNA de alguma forma parece pior.

OK, com toda certeza você está pensando que o mecanismo quebrou ou algo assim. Mas não quebrou. Funcionou como projetado e você pode ver isso se observar a quantidade de LUNA que foi emitida enquanto o protocolo tentava trazer algoritmicamente a UST de volta a US $ 1 enquanto o preço da LUNA também estava caindo.

A oferta total de LUNA passou de cerca de 725 milhões de tokens em 5 de maio para cerca de 7 trilhões em 13 de maio. Enquanto isso, a LUNA perdeu 99,9% de seu valor. É assim que se parece a hiperinflação.

Como mencionado acima, a Terraform Labs (a empresa por trás do protocolo Terra) apresentou um plano para comprar US$ 10 bilhões em Bitcoin e outros ativos de criptomoedas por meio da LFG para atuar como um backstop (suporte) caso algo assim acontecesse. O problema, no entanto, permaneceu. A UST não estava totalmente colaterizada como as outras stablecoins da lista de top 5. Antes do colapso, a capitalização de mercado da UST era de US$ 18 bilhões, muito mais do que os quase US$ 4 bilhões que a fundação tinha em reserva.

O que quer que tenha acontecido, tivemos sorte

Nossos amigos do provedor de dados do mercado cripto Kaiko fizeram um ótimo trabalho detalhando o que exatamente aconteceu. O resumo é o seguinte: a UST caiu abaixo de US$ 1, e todas as tentativas, tanto pelo algoritmo do protocolo Terra quanto pelo empréstimo de reservas da LFG para empresas de trade, não conseguiram trazer a UST de volta para US$ 1. Entre UST e LUNA, mais de US$ 40 bilhões em valor foram perdidos.

O que exatamente aconteceu não importa muito. O que realmente importa é que quando algo ruim aconteceu, a plataforma Terra não conseguiu lidar com isso. O que realmente importa é que uma stablecoin algorítmica subcolateralizada falhará, e não importa se ela teve sucesso por um tempo.

O sistema falhou. Mas se formos honestos, UST foi um grande sucesso até o momento em que não foi. A história deve servir de lição aqui, quando inevitavelmente veremos um imitador bem-sucedido da UST surgir em 2027 ou qualquer outra coisa.

Também somos incrivelmente sortudos que UST e LUNA não sejam grandes ou entrelaçados o suficiente para causar histeria em massa em todos os mercados. Sinceramente, acredito que tivemos sorte que isso aconteceu em 2022 e não em 2030. Matt Levine, da Bloomberg, colocou bem:

“Daqui a cinco anos, se todas as criptomoedas chegarem a zero… bem, não sei como serão os próximos cinco anos, mas uma história plausível (desde a semana passada!) é que haverá integração contínua das criptomoedas com a economia real. Mais empresas do setor serão grandes e importantes e entrelaçadas com outras companhias; suas ações estarão nos índices e elas tomarão dinheiro emprestado dos bancos e usarão seu próprio dinheiro para financiar negócios reais. … Plataformas cripto serão usadas para atividade econômica real; as pessoas comuns investirão suas economias nessas plataformas, e esses investimentos serão usados para financiar atividades comerciais reais fora do mercado cripto.”

Na mosca. Mesmo se você for como eu, um maximalista do Bitcoin rezando pelo dia em que voltaremos a apenas uma criptomoeda, você tem que admitir que veremos mais criptos em mais indústrias no curto e médio prazo. Exceto que na próxima vez em que uma stablecoin algorítmica subgarantida falhar, o valor perdido não será de US$ 40 bilhões. Pode chegar a US$ 400 bilhões. Isso pode ser catastrófico. Devemos procurar evitar esse cenário a todo custo.

O que mais aprendemos com o acidente da UST?

Pelo lado positivo, de alguma forma o Bitcoin não entrou em colapso completamente. Mais de 80.000 BTC desse tesouro de quase US$ 4 bilhões foram potencialmente vendidos (ainda não podemos confirmar se a criptomoeda foi realmente vendida, mas foi enviada para exchanges) durante a corrida louca para fazer a UST voltar a US$ 1.

Isso causou uma reação de preço, com certeza, mas, novamente, o mercado cripto mais amplo ficou abalado porque coisas ruins estavam acontecendo com um grande projeto cripto (LUNA já foi a 10ª criptomoeda mais valiosa). Acrescente o tênue ambiente macroeconômico e o sentimento geral de risco no mercado, e parece quase impossível que o Bitcoin ainda tenha um valor de mercado de mais de US$ 500 bilhões.

Acho que estamos insensíveis a esses grandes números, dado o mercado de alta sem precedentes dos últimos 13 anos, e isso vale a pena repetir. O Bitcoin era uma versão sem valor, puramente peer-to-peer de dinheiro eletrônico criado por uma pessoa desconhecida no final de 2008. Nenhuma grande empresa ou governo colocou marketing, pesquisa ou dólares legais por trás disso, e mesmo assim o BTC é um ativo tão robusto que políticos importantes e os financiadores sentem a necessidade de comentar.

Um ativo amplo e sério que pode consumir grandes quantidades de volume de vendas e ainda assim… não… ir embora. O Bitcoin veio para ficar, assim como o mercado cripto. Desde que aprendamos com isso, pode ser uma coisa boa.

Mas se a história é uma indicação, ainda precisamos garantir que o excesso de confiança não tire o melhor de nós no futuro.

* George Kaloudis é analista de pesquisa do CoinDesk.

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