“Vá o mais rápido possível numa nossa loja. Por favor”.
Assim se aproxima do fim o vídeo de Luiza Helena Trajano que viralizou na internet nesta segunda-feira (18). Em cerca de um minuto, a presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza (MGLU3) oferece crédito pré-aprovado para quem já é cliente da varejista, com pagamento através de carnê – “aquele carnezinho gostoso”, nas palavras de Trajano.
“Nós acreditamos em você”, ela conclui o recado aos clientes.
“Venha na loja, por favor”
Tá difícil pra todo mundo 🤣🤣🤣 pic.twitter.com/k8GoH3pAsC— Economista Sincero (@mendlowicz) July 18, 2022
Já o maior investidor individual da bolsa brasileira, Luiz Barsi, acredita que o Magalu vai “quebrar”, conforme declarado em um podcast na quinta-feira passada (14).
O vídeo de Trajano divulgado hoje trouxe de volta questionamentos sobre a solidez da varejista, cujas ações chegaram a custar R$ 27,40 na máxima histórica, em 2020 – 889% acima do fechamento de hoje, a R$ 2,77.
E o mercado? No que acredita?
Para Victoria Minatto, analista da Benndorf Research, o Magazine Luiza não vai quebrar – ao menos, não agora. Ela explica que Magalu é uma empresa grande, que ainda tem espaço para se endividar. “Não é um varejista de bairro que está quebrando com a pandemia. Magalu é uma das maiores empresas do Brasil, com anos e anos de história, então, para quebrar, não é da noite para o dia”.
Por outro lado, ela destrincha os motivos que possivelmente encorajaram Luiza Trajano a gravar o vídeo mais comentado entre investidores nesta segunda-feira. Além do cenário macroeconômico, que pressiona todas as varejistas, “o Magalu não tem mais os fundamentos que tinha há dois, três anos atrás, quando era a [ação] queridinha do setor”. A competição no varejo hoje é muito mais forte, principalmente por conta da presença asiática – com Shopee no páreo com Magalu, Via e Americanas, e Shein no varejo de moda.
A época de exclusividade do Magalu nas plataformas digitais também acabou, explica a analista, uma vez que Americanas e Via aproveitaram a pandemia para fechar essa lacuna operacional. Dessa forma, “o prêmio de Magalu antes, de ser pioneira em tech, pioneira em tudo, não é mais justificado”.
“O gráfico desconta tudo”
Apesar de se ater à análise gráfica, Filipe Borges, também da Benndorf, corrobora com a visão fundamentalista sobre a empresa. Perguntado sobre uma ação que cairia até o fim de 2021 em entrevista em junho do mesmo ano, Filipe respondeu prontamente: Magalu. Hoje, ele destaca ter se baseado puramente nos gráficos para suas afirmações.
