O plano europeu para redução do uso de gás durante o inverno

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Os países da União Europeia (UE) concordaram hoje (26) com um plano de emergência para usar menos gás, enquanto tentam economizar combustível para um inverno de suprimentos russos incertos.

Antes de invadir a Ucrânia, a Rússia era o principal fornecedor de gás dos 27 países da UE, fornecendo 40% de seu suprimento. Com o início da guerra em fevereiro, Moscou reduziu os fluxos de gás e nesta semana prometeu que aumentaria os cortes, tornando mais difícil para os estados da UE preencherem seus estoques de combustível antes do inverno.

Para tentar armazenar o máximo possível da commodity e se preparar para uma possível interrupção total do fornecimento da Rússia, os países do bloco concordaram em reduzir sua demanda de gás, embora com uma ampla gama de isenções para países e algumas indústrias.

Confira os pontos do acordo:

Cortes de gás voluntários

Os ministros da Energia consentiram que todos os países do bloco deveriam reduzir voluntariamente o uso de gás em 15% de agosto a março, em comparação com seu uso médio anual durante 2016-2021.

As reduções podem se tornar obrigatórias em caso de emergência de abastecimento, mas apenas se uma maioria reforçada de 15 países da UE concordar com isso. A Comissão Europeia pode propor que os cortes obrigatórios sejam acionados se houver risco de armazenamento grave de gás no continente, ou se pelo menos cinco países solicitarem isso.

Isenções

A Comissão da UE, que elabora as leis do bloco econômico, havia dito inicialmente que todos os países deveriam enfrentar o mesmo corte obrigatório de 15%. Entretanto, não foi bem recebida por todos. Entre os críticos estavam a Espanha, a Polônia e a Grécia.

Os governos europeus acabaram concordando em permitir que alguns países reduzissem ou optassem por não cumprir as metas obrigatórias. Países como a Irlanda e Malta, que não estão ligados às redes de gás natural de outros países da UE, estariam isentos do corte obrigatório de 15%,  assim como os países bálticos, cujas redes elétricas estão ligadas à Rússia.

Os estados que ultrapassarem uma meta da UE para abastecer o armazenamento da commodity até agosto podem solicitar metas menores – potencialmente suavizando os cortes na demanda de gás para cerca de uma dúzia de países, com base nos níveis atuais de armazenamento. Por exemplo, o armazenamento da Alemanha está 66% cheio, contra sua meta de atingir 45% da capacidade até 1º de agosto.

Aqueles com capacidade limitada de enviar energia para outros países da UE também podem solicitar uma meta mais baixa, desde que exportem o que puderem. Isso pode incluir a Espanha, que não depende do gás russo, e disse que cortar sua própria demanda não ajudaria outros países, já que não tem capacidade de infraestrutura para compartilhar combustível sobressalente.

Os países também podem pedir para ajustar sua meta se usarem o produto como matéria-prima em indústrias críticas, como a siderurgia com uso intensivo de energia.

Solidariedade e poupança

Os países da UE enfrentaram uma semana de negociações sobre o plano de emergência, que inicialmente enfrentou resistência de muito integrantes cuja dependência do combustível russo varia de forma significativa.

Alguns, como a Grécia, disseram que não precisavam reduzir o consumo, pois poderiam lidar com um corte russo. A Polônia, que teve seu fornecimento cortado pela Rússia em abril, se opôs à ideia de que a indústria de um país deveria usar menos gás para ajudar outros estados que enfrentam a escassez. No final, apenas a Hungria se opôs ao acordo de hoje (26), disseram dois funcionários da União Europeia à Reuters.

As autoridades dos países da UE tinham opiniões divergentes sobre se o acordo, com todas as suas opções, garantiria economia suficiente para passar o inverno – embora alguns tenham notado que era do interesse dos países economizar para o inverno, mesmo sem uma exigência do bloco para que isso fosse feito.

Até agora, o uso de gás natural dos países da UE foi reduzido em apenas 5%, apesar de meses de cortes na oferta russa e aumento dos preços.

(Com Reuters)

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