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A variante ômicron pode ser o vírus de propagação mais rápida conhecido pela humanidade, de acordo com o médico Roby Bhattacharyya, especialista em doenças infecciosas do Massachusetts General Hospital, nos EUA.
“É uma propagação incrivelmente rápida. Quase um mês após sua detecção no sul da África, a nova variante do coronavírus já era dominante em vários países ao redor do mundo”, afirmou o médico, segundo informações do El Pais.
Também ao site, Anton Erkoreka, que é especializado em história da medicina também corrobora com a ideia do médico de Massachusetts. “É o vírus mais explosivo e de disseminação mais rápida da história”, disse. Erkoreka é diretor do Museu Basco de História da Medicina e lembra que a Peste Negra no século XIV e a Cólera no século XIX demoraram anos para se espalhar pelo mundo.
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O epidemiologista William Hanage, codiretor do Centro de Doenças da Universidade de Harvard, também concorda. “A ômicron é certamente o vírus de propagação mais rápida entre os que fomos capazes de investigar neste nível de detalhe”, afirmou ao El Pais.
A nova cepa é a responsável pela maioria dos novos casos de Covid-19.
Os EUA e vários países europeus relataram seus maiores aumentos diários em casos de infecções desde o início da pandemia, muitos deles provocados pela ômicron.
Foram mais de 440 mil novos casos registrados nos Estados Unidos na última segunda-feira (27), segundo as autoridades de saúde locais. França, Itália, Grécia, Portugal e Inglaterra também relataram números recordes de infecções diárias recentemente.
Estudos sugerem que a ômicron é mais infecciosa e menos letal que a variante delta. Por isso, o receio é que a alta nos casos ao redor do mundo decorrentes da ômicron sobrecarregue os hospitais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou que o risco representado pela ômicron “continua muito alto”.
Covid x Sarampo
Para demonstrar o poder infeccioso da ômicron, Bhattacharyya fez um cálculo para comparar a variante com o sarampo, um dos vírus mais contagiosos do mundo.
O resultado é preocupante: sem vacinação, um caso de sarampo daria origem a mais 15 casos em apenas 12 dias, enquanto um caso decorrente da ômicron daria vez a 216 infecções no mesmo período, explicou Bhattacharyya.
Por outro lado, considerando uma população vacinada ou que já teve Covid-19, o especialista estima que um caso de ômicron dê origem a apenas mais três casos no mesmo período, número semelhante ao do vírus ausente de mutações.
Diante da situação, o médico de Massachusetts avalia que com vacinação e as restrições atuais, “um modelo simples de crescimento exponencial revelaria 14 milhões de pessoas infectadas com ômicron a partir de um único caso, em comparação com as 760 mil infectadas com sarampo numa população sem defesas específicas”.
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