O Ibovespa despenca nesta segunda-feira (24), e luta para manter o nível dos 117 mil pontos, com reforço na cautela em Nova York, onde as bolsas perderam força. A queda é influenciada principalmente pelas ações da Petrobras (PETR3; PETR4) e do Banco do Brasil (BBAS3), que ocupam o grupo das oito maiores baixas do índice.
As ações da estatal caem por volta de 5%. PETR3 lidera perdas e é seguida pelos papéis PN. Os ativos do Banco do Brasil vem logo em seguida e ocupam a terceira posição, também com queda de cerca de 5%.
Operadores do mercado financeiro consideram que o caso Roberto Jefferson impacta negativamente a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição.
Jefferson feriu dois agentes da Polícia Federal que foram à sua residência em Comendador Levy Gasparian (RJ), onde estava em prisão domiciliar. O ex-parlamentar se entregou à noite, após horas de negociação e uma segunda ordem de prisão.
Na ponta negativa, também estão os papéis de IRB (IRBR3), após reportar relatório periódico mensal, e CSN (CSNA3), depois de anunciar compra de fatia da CEEE-G por R$ 928 milhões. O primeiro cai 4,72% e o último, 4,65%.
As ações de BRF (BRFS3) recuam 4,35% e figuram na lista das maiores baixas, após a empresa celebrar acordo de joint venture com Halal Products para criação de sociedade na Arábia Saudita.
Na ponta positiva, COPEL (CPLE6) lidera ganhos. Ontem, o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Jr., disse que não tem planos de levar a Copel à privatização e que deve manter o papel de indutora de investimentos em energia limpa no estado.
Segundo ele, a estatal tem entregado ao consumidor tudo o que foi estabelecido em sua missão, mas ressaltou que o governo pode rever a posição de não desestatizá-la numa eventual mudança de cenário.
Logo abaixo estão Suzano (SUZB3), Fleury (FLRY3) Assaí (ASAI3). A última opera entre os maiores ganhos pelo segundo pregão seguido.
Nesta manhã, o JPMorgan elevou a recomendação da Suzano para overweight (equivalente a compra) e o preço-alvo para R$ 67, potencial alta de 35% em relação ao último fechamento. O banco elegeu ainda o papel como novo top pick no setor de Papel e Celulose em meio à perspectiva de uma recuperação mais lenta da commodity.
“A correção do preço da celulose provavelmente será mais lenta do que o esperado em uma dinâmica de oferta e demanda ainda apertada e possíveis atrasos na capacidade”, projetam os analistas do JP. “Por isso, vemos a Suzano como a melhor opção no setor”, argumentam Rodolfo Angele e Lucas Yang.
O dólar salta quase 3%, e o real é a moeda emergente que mais se desvaloriza neste início de tarde ante seus pares exportadores de commodities, reagindo principalmente às incertezas políticas na reta final do segundo turno.
O mercado reage à prisão de Roberto Jefferson, aliado de Jair Bolsonaro (PL), que diminuiu o otimismo sobre uma possível virada do atual presidente sobre Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O real e outras moedas emergentes sofrem também com as commodities mais fracas por preocupações com a demanda da China em meio a dados de atividade fracos no país.
🇧🇷 Ibovespa -2,20 (117.287)
💵 Dólar +2,59% (R$ 5,28)
Cotações registradas às 12h25
Commodities
O petróleo opera em baixa de mais de 1% desde a madrugada, após sinais de demanda mais fraca da China. Segundo o banco ANZ, as importações chinesas de petróleo sofreram queda anual de 2% em setembro, à medida que restrições ligadas à Covid-19 limitaram o consumo da commodity.
O minério de ferro encerrou em leve alta, após fechar próximo à estabilidade no último pregão.
🛢 Brent -0,69% (US$ 90,71)
🛢 WTI -1,02% (US$ 84,18)
🇨🇳 Minério de ferro +0,15% (US$ 93,6)