Escalada da guerra tarifária entre os Estados Unidos e China tem impacto direto no preço do diesel
A Petrobras (PETR3 / PETR4) reduziu em 4,6% o preço do diesel no mercado brasileiro, com um impacto negativo de R$0,16 no valor final do produto, passando a custar R$3,27 nas refinarias da companhia. O reajuste tem sido recorrente, sendo o terceiro de uma série que começou ainda no início de abril, com a primeira redução de 3,3% no dia 18 de abril e 4,6% no dia primeiro de maio.
A medida vem em paralelo com o movimento do petróleo ao redor do mundo, que teve uma redução de US$ 60 no barril, impulsionada pela guerra comercial entre a China e os Estados Unidos de Donald Trump, além da expectativa de aumento da oferta de petróleo no mercado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+).
Impactos para o consumidor
A redução deve impactar o consumidor final, com uma estimativa de redução média de R$0,14 por litro do diesel nas bombas, passando a custar R$2,81/litro.
Reação dos mercados e oportunidades
As ações da Petrobras são destaque negativo no pregão desta segunda-feira (05). De acordo com Carmine Cantuaria, Trader e parceiro Nomos, os cortes no preço do diesel pressionam as margens do segmento de refino, mas é importante lembrar que a maior parte do faturamento da Petrobras vem da venda de petróleo bruto, especialmente por meio das exportações.
Embora o diesel represente cerca de 43% das vendas de derivados no mercado interno, sua participação no faturamento total da companhia é relativamente limitada.
A reação negativa das ações reflete mais a percepção de interferência política, do que fundamentos deteriorados. No longo prazo, tanto a desvalorização, quanto uma eventual recuperação das ações estarão mais ligadas à dinâmica do preço internacional do petróleo, que continua sendo o principal driver dos resultados da empresa.
Pensando no trader, movimentos como esse abrem oportunidades com opções, como venda de put em momentos de medo, aproveitando a volatilidade gerada no curto prazo.
Para o analista de investimentos e especialista em Petrobras, Marco Saravalle, essa redução já estava precificada pelo mercado, que aguardava a implementação da medida e trabalhava com deságio. Agora, a dúvida dos investidores fica em cima dos números do primeiro trimestre, que devem vir pressionados.
Ainda de acordo com o analista, os indicadores não devem afetar a projeção dos dividendos mínimos obrigatórios, mas que não devemos esperar os dividendos extraordinários que movimentaram o mercado nos últimos dois anos.
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