O PIB brasileiro cresceu 0,1% no 3T23, desacelerando da alta de 1% registrada no trimestre anterior, mas superando as expectativas do mercado que previam contração de 0,1%. Em relação ao 3T22, o PIB cresceu 2%.
Entre trimestres, tanto os Serviços quanto a Indústria cresceram 0,6%. Por outro lado, a Agropecuária recuou 3,3%, a primeira queda em 6 trimestres e que pode ser justificada pela saída da safra da soja, que é a maior lavoura brasileira e está concentrada no primeiro semestre do ano.
Nas atividades industriais, a eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos cresceu 3,6%, impulsionada pela demanda pelo calor e foi seguida pelas Indústrias extrativas e pelas Indústrias de transformação (0,1% cada). A construção recuou 3,8%, refletindo os impactos dos juros altos.
No setor terciário, as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,3%) lideraram, seguidas pelas atividades imobiliárias (1,3%) e informação e comunicação (1,0%). Já a atividade de transporte, armazenagem e correio (-0,9%) foi a única a recuar e está relacionada ao transporte de passageiros.
Pela ótica da despesa, a Formação Bruta de Capital Fixo caiu 2,5%, enquanto o Consumo das Famílias teve alta de 1,1% e o Consumo do Governo subiu 0,5%. As Exportações expandiram 3% e as Importações recuaram 2,1%.
Em relação ao mesmo período do ano passado, a Agropecuária cresceu 8,8%, puxada por safras que possuem desempenho relevante no 3T, como o milho (19,5%), cana-de-açúcar (13,1%) e algodão herbáceo (12,5%).
Ao mesmo tempo, a Indústria registrou alta de 1% e foi beneficiada pela Eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos (7,3%), favorecida pelo maior consumo de eletricidade e pelas bandeiras verdes.
Por último, os Serviços subiram 1,8%, com destaque para as Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (7,0%). Outras atividades que se destacaram foram: Atividades imobiliárias (3,6%), Informação e comunicação (1,6%), Transporte, armazenagem e correio (1,6%).
Pela ótica da demanda, o Consumo das Famílias avançou 3,3%, influenciado pelos auxílios governamentais e melhora do mercado de trabalho. Além disso, o Consumo do Governo cresceu 0,8%.
Em contrapartida, a Formação Bruta de Capital Fixo recuou 6,8% e está associada ao recuo na produção interna de bens de capital, construção e na importação de bens de capital. Finalmente, as exportações avançaram 10%, enquanto as Importações recuaram 6,1%.
Esse é o segundo trimestre seguido que o PIB brasileiro surpreende e cresce mais que o esperado, indicando mais força da economia nacional.
Para o último trimestre de 2023 esperamos novo resultado positivo, influenciado novamente pelos crescimentos dos serviços e indústria à medida que a atividade econômica ganha fôlego com a redução do desemprego, aumento da renda e redução dos juros, e menos impacto da agropecuária no cálculo, visto que não haverá mais uma comparação direta com o trimestre da soja.
Sendo assim, esperamos que a economia brasileira feche o ano com um crescimento em torno de 3%.