O PIB cresceu 1,4% no segundo trimestre do ano, acelerando em relação ao crescimento de 1% registrado no primeiro trimestre e ficando bem acima das expectativas de 0,9%. Na comparação anual, o PIB também acelerou e passou de 2,5% no 1T24 para 3,3% no 2T24, também bastante acima das projeções de 2,7% e indicando um crescimento robusto da economia ao final do primeiro semestre do ano.
Na comparação trimestral, o resultado foi puxado pela Indústria (1,8%), seguida pelos Serviços (1%). A Agropecuária recuou 2,3%. O crescimento na Indústria se deve aos desempenhos positivos das atividades de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (4,2%), Construção (3,5%) e das Indústrias de Transformação (1,8%). Por outro lado, houve queda de 4,4% nas Indústrias Extrativas. Entre os Serviços, destacaram-se as Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (2,0%), Informação e comunicação (1,7%), Comércio (1,4%) e Transporte, armazenagem e correio (1,3%).
Pela ótica da despesa, o consumo das famílias (1,3%), os gastos do governo (1,3%) e a formação bruta de capital fixo (2,1%) cresceram em relação aos três meses anteriores. Ao mesmo tempo, as exportações avançaram 1,4% e as importações aumentaram em 7,6%.
Em relação ao mesmo período do ano anterior, a Indústria cresceu 3,9%, os Serviços, 3,5%, e a Agropecuária recuou 2,9%. Entre as atividades industriais, a Eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos subiu 8,5%, favorecida pelo aumento do consumo de energia em todas as classes e pela continuidade da bandeira verde. A Construção cresceu 4,4% amparada pelo aumento de seus insumos típicos e da ocupação da atividade. Todas as atividades do setor terciário tiveram variações positivas, com destaque para Informação e comunicação (6,1%), Outras atividades de serviços (4,5%) e Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (4,0%).
Pela ótica da despesa, o consumo das famílias (4,9%) avançou puxado pelo aumento da massa salarial real e do crédito disponível, a formação bruta de capital fixo (5,7%) foi influenciada pelo crescimento da produção doméstica e importação de bens de capital, bem como bom desempenho na Construção e no desenvolvimento de sistemas de informática, e também houve alta nas despesas do governo (3,1%). As exportações cresceram 4,5% e as importações avançaram 14,8%.
A economia brasileira reforça no segundo trimestre o fato de que está bem mais aquecida do que as projeções do mercado ao apresentar um ritmo de crescimento bastante robusto. Como já era esperado para 2024, as atividades industriais e de serviços lideram o crescimento, com destaque para as primeiras em função do cenário de redução de juros que se concretizou até o final do primeiro semestre, queda do desemprego e aumento da oferta de crédito.
Entretanto, a conjuntura recente se prova mais desafiadora em meio à retomada da inflação, fato que leva o Copom a adotar uma postura mais hawkish. Em conjunto, as expectativas desfavoráveis para os preços à frente, com impactos esperados da bandeira vermelha e La Niña, e o crescimento mais robusto da economia também respaldam um aumento de juros na reunião de setembro, algo que deve frear um pouco o ímpeto dos setores mais cíclicos e voltar a beneficiar as atividades financeiras.