O Produto Interno Bruto (PIB) é o indicador que mede a atividade econômica de um país. A partir dele estima-se os dados do quanto se produz, consome ou investe.
Ou seja, trata-se de uma medida do valor dos bens e serviços que a nação produz em um período de tempo, nos setores de agropecuária, indústria e serviços.
Com o PIB, pode-se acompanhar como caminha a economia. Se o PIB cresce, significa que o país produz mais; se cai, é sinal de que a economia encolheu.
Nos últimos dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1º de dezembro, o PIB do Brasil apresentou resultados abaixo do esperado, com sinais de desaceleração.
O cálculo divulgado informou que o país ocupa no ranking a 24° posição de crescimento entre pares mundiais. Entretanto, se comparado a outras nações que fazem parte das maiores economias do mundo, estamos em 9° lugar, segundo o IBGE.
Para Marco Ferrini, macroeconomista da Benndorf Research, se levarmos em consideração que os dados são feitos em comparação com outros 52 países, “podemos afirmar que o crescimento brasileiro está na média mundial. Entretanto, quando comparamos com os países do BRICS, que cresceram em média 2,3% no trimestre, o Brasil fica muito para trás.”
Mas isso é apenas o reflexo que evidencia o descolamento da economia brasileira com os demais países emergentes, de acordo com o macroeconomista.
Marco também explica que, “se analisarmos, a situação econômica brasileira segue melhor do que a de alguns países desenvolvidos, como o Reino Unido, Alemanha, Espanha e França, deixando claro o cenário de recessão na Europa”.
Como o PIB é calculado
Para melhor compreensão do cálculo, considere o leite como exemplo de produto final. Para produzir R$ 500 do alimento, imagine que sejam necessários R$ 120 de insumo para alimentar a vaca, R$ 80 para os cuidados com o animal, e R$ 100 de mão de obra, além de incluir a margem de lucro do pecuarista.
Na prática, os valores da matéria-prima e do serviço já estão inclusos no cálculo do PIB. Ou seja, apenas os R$ 500 finais serão considerados para o indicador.
A estrutura lógica é aplicada em qualquer produto ou serviço, para evitar uma dupla contagem de valores.
O cálculo do PIB traz as comparações trimestral, anual e de 12 meses do indicador. Para a realização do cálculo, na opinião dos especialistas consultados pelo TradeNews, as variáveis macroeconômicas são melhores se comparadas em uma janela de 12 meses. Para, assim, fazer sentido, principalmente do ponto de referência de contagem humana.
Foto: arte TradeNews
PIB do Brasil cresce 0,4% no 3° trimestre
O mercado já esperava essa tendência, afinal, a projeção é o reflexo das atitudes que foram tomadas para combater os efeitos da inflação.
Os dados divulgados na quinta-feira (01) mostraram a desaceleração do indicador, o que representa uma tendência negativa para a economia do Brasil.
Para o estrategista de investimentos da BRA BS/, Rodrigo Correa, quando um sistema econômico apresenta sinais de diminuição, é sinal de que precisamos estar em alerta.
Entretanto, para o investidor brasileiro, a conclusão é, “estamos a praticamente 12 meses com a taxa Selic em alta, e esse efeito diminui a atividade econômica, assim, os preços deixam também de subir”. Para o especialista, o movimento é uma característica do combate à inflação que tanto se deseja.
Por outro lado, os números apresentados estão alinhados, afinal, de acordo com os dados divulgados pelo boletim Focus – a pesquisa de expectativa de mercado dos agentes financeiros do Brasil – as projeções para 2023 são de um PIB de 0,7%. Foto: Boletim Focus – Banco Central do Brasil
Rodrigo Correa também considera que um dos fatores em relação às projeções da ascensão da economia, está atrelado ao novo governo, cuja caraterística faz com que o dinheiro circule mais pelas ruas. “Essa atitude pode afetar diretamente na oscilação dessa previsão e esse valor de 0,7%, pode ser maior. Ou seja, se realmente esse resultado acontecerá só saberemos ao final do próximo ano.”