O medo de investir no exterior é comum entre os brasileiros, mas, na verdade, o investidor deveria temer deixar todo seu dinheiro aplicado no Brasil, afirmou Rodolfo Marques, CEO do Vamos pra bolsa, no evento “Mercado Internacional: Como Dolarizar sua carteira”, promovido pela Nomos Investimentos.
“Alguém deixaria todo o seu dinheiro em países como Jamaica? Ninguém faria isso, não é? E [a Jamaica] tem a mesma classificação de risco que o Brasil”, complementa Marcus Vinicius, head de mesa internacional da Nomos. O analista afirma que é uma grande falha alocar 100% do capital no Brasil, visto que a diversificação é essencial em qualquer tipo de carteira.
Uma ótima opção para diversificar os investimentos, segundo Rodolfo e Marcus, é alocar nos Estados Unidos. A primeira vantagem do país é a maturidade da economia, a qual permite melhores desempenhos e maior segurança para carteira.
Além de funcionar há muito mais tempo que o brasileiro, o mercado norte-americano possui muito mais opções de investimentos. Na renda variável, por exemplo, a discrepância é impressionante: enquanto por aqui há cerca de 400 ações, lá fora são mais de 8 mil ativos.
Vale mencionar ainda que o fato de as empresas listadas na bolsa americana serem de maior porte torna-as menos dependentes do cenário interno americano. Grandes companhias tendem a ser descentralizadas. Desta forma, as empresas globais são, na maioria dos casos, mais estáveis.
A relevância da economia dos EUA também é impressionante em relação à do “país do futebol”. Enquanto a B3 representa aproximadamente 2% do volume total de negociação do planeta, o mercado americano, se somadas NYSE e NASDAQ – as duas principais bolsas de Wall Street -, é responsável por quase 50% de tudo que é negociado no mundo.
Outro ponto importante é que o mercado americano é bem menos dependente da política, tanto local quanto internacional, se comparado ao mercado brasileiro. Por aqui, as incertezas fiscais têm gerado fortes impactos nos pregões antes mesmo do resultado das eleições.
Além disso, dolarizar a carteira é alocar em moeda forte. O dólar é a moeda mais comercializada ao redor do globo, enquanto o real não está sequer no top 10. A moeda americana ainda possui o título da moeda de reserva primária do mundo.
Apesar de todas as vantagens, Marcus Vinicius explica que dolarizar a carteira é investir a longo prazo, pois alocar no exterior exige algumas demandas que não são rentáveis se realizadas diversas vezes, como câmbio e pagamento de impostos. “Para curto prazo, não é a melhor estratégia”, reforçou o analista.
“Para mim é irracional ficar só em real, dado que hoje o acesso [ao mercado dos EUA] é muito mais tranquilo. Quando eu abri minha primeira conta no mercado americano tinha que ir fisicamente lá”, afirma Rodrigo.
É possível investir nos Estados Unidos através do aplicativo da XP. Não há custo de abertura nem de manutenção da conta internacional.
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