A ação da Vale [VALE3] vem se tornando uma certa dor de cabeça para os investidores. O ativo não acompanhou o último rali do Ibovespa, que ocorreu em julho, e parece não conseguir desencantar em 2023.
Atualmente, o papel cai 27% no ano e 8,70% só em agosto.
Além disso, as recentes turbulências no setor imobiliário chinês contribuíram para derrubar ainda mais o ativo, como mostrado por Max Bohm no Ação e Reação desta semana.
Agora, o papel se encaminha para mais um possível dia de queda nesta sexta-feira (18).
Por outro lado, Tiago Reis, fundador da Suno Research, tem uma visão mais otimista sobre a situação da Vale.
Ele afirma que prever o futuro da China e do minério de ferro é uma tarefa impossível e não seria o caminho certo para se entender o case da empresa.
De acordo com o especialista, é necessário calcular o valuation da companhia a partir da média histórica de preços da tonelada do minério de ferro, que ficaria em torno de US$ 120.
Tiago mostra que a empresa teria cinco vezes o lucro normalizado – ou 15% de rentabilidade do fluxo de caixa ou FCF/yield – em cima deste patamar de US$ 120.
A companhia também possui vantagens competitivas que a destacam dentro do mercado, diz o especialista, como o fato de, além de possuir minas, também tem a logística necessária para transportar o minério – incluindo trens e um porto.
Outro fator importante é que o minério produzido pela Vale é um dos “mais puros do mundo”, afirma Tiago.
“Em um mundo cada vez mais exigente das questões ambientais, ter um minério mais puro é um trunfo.”
Isto porque o minério mais puro leva à produção do aço com menor quantidade de minério de ferro, resultando em menos carvão e, assim, menos emissão de CO2, de acordo com ele.
O lado técnico
Apesar do otimismo de Tiago, o analista técnico da Benndorf Research, Filipe Borges, oferece outra visão sobre o ativo.
No curto prazo, ele não indica compras em VALE3, especialmente após a perda do suporte na região dos R$ 61,00.
“Para compras de VALE3, vou aguardar um fechamento acima dos R$ 62,00 e R$ 65,00 com aumento de volume”, afirmou.
Nesta compra, o analista aponta alvo nos R$ 66,00 e alvo final de curto prazo nos R$ 70,30.
Já no lado vendedor, ele esperaria um fechamento abaixo dos R$ 61,00 com aumento de volume. O primeiro alvo seria em R$ 59,00 e o alvo principal em R$ 54,00.