Próxima semana tem ata do Copom e balanço do Magazine Luiza [MGLU3]

A partir das cartas de gestores e de pesquisa interna da XP Investimentos, o TradeNews teve acesso às perspectivas das principais gestoras de fundos do Brasil para o cenário político-fiscal do país do próximo ano

Panorama de 5 a 9 de agosto

O prenúncio de um quase certo início de corte de juros nos EUA em setembro não foi suficiente para impedir que o Ibovespa caísse 1,30% na semana que passou, aos 125.800 pontos.  

Na semana que começa nesta segunda-feira (05), as incertezas em torno da política monetária no Brasil podem diminuir, com as divulgações da ata da última reunião de política do Comitê de Política Monetária (Copom) na terça-feira (06), além da inflação ao consumidor (IPCA) pelo IBGE na sexta-feira (09). 

A diminuição da incerteza deve ficar na interpretação do Copom em relação às variáveis internas que impactam na inflação, pois a narrativa no exterior de trajetória da economia dos EUA teve mudanças, de um pouso suave para uma aterrissagem forçada com maior risco de recessão.

Panorama do Ibovespa

O Ibovespa fecha um movimento “feio” no gráfico semanal, resume o analista técnico Filipe Borges. O índice registrou dois dias de queda no meio da semana passada. Agora, a perda dos 125.500 pontos abriria espaço para quedas importantes.

O benchmark da Bolsa “tem um novo pivô de baixa ou até uma formação que se assemelha a uma bandeira de baixa”, que levaria a alvos nos 121.700 ou, “quem sabe, o mercado a testar novamente a região dos 119 mil pontos”. Para o curto prazo, o mercado agora aponta para baixo.

Dicas de Trades

Vale [VALE3]

O papel da Vale aponta para a perda de suporte nos R$ 59,40, fechando na mínima da semana com aumento de volume, “o melhor volume negociado na Vale desde março deste ano”, frisa Filipe. Ou seja, o volume vendedor quer romper suporte acima da média, reforçando a possibilidade de Vale romper e cair um pouco mais forte. 

A partir da última movimentação de VALE3, pode-se estabelecer alvo entre R$ 51,40, um suporte observado em novembro de 2021, e alvo final em R$ 47,00. O analista ressalta que, se a ação realmente acelerar a movimentação de baixa, ela poderia sim testar graficamente a região dos R$ 42,00 a R$ 41,00 por ação. 

Assim, “tomaria bastante cuidado com Vale abaixo dos R$ 59,00 e R$ 40, que tecnicamente seria stop ou pelo menos uma redução da posição”.

Itaú [ITUB4]

A ação do Itaú falhou no rompimento dos 34,50, o qual poderia gerar uma boa movimentação de alta. ITUB4 aponta para baixo agora. 

“A gente também pôde observar que, no semanal, havia uma formação de padrão de alargamento no ativo”, que serve de prenúncio de uma queda nos próximos pregões e abre espaço para quedas ligeiramente maiores. O movimento deve buscar a região do suporte nos R$ 30,70.

Dessa forma, Filipe Borges não tem nenhuma indicação de comprar para o ativo. O papel ainda se mantém em tendência de alta pelo gráfico semanal, trabalhando acima das médias e com as médias apontadas para cima, “mas, para uma compra agora do curto prazo, aguardaria uma mudança de tendência no gráfico diário ou no de 60 minutos”. 

Petrobras [PETR4]

Na última quinta-feira (01), Petrobras fez uma formação de engolfo de baixa, confirmando a formação no dia seguinte, quando também rompeu o último suporte, nos R$ 36,36. O alvo de PETR4 fica na região do suporte, em R$ 34,30. “Então, nenhuma indicação de compra no curto prazo.” 

Filipe menciona o aumento de volume dos últimos dias, que pode reforçar ou aumentar a probabilidade de a ação da Petrobras continuar caindo nos próximos dias. O analista lembra que tanto Petrobras quanto a Vale têm um peso significativo no Ibovespa, o que pode pressionar o mercado para os próximos pregões.

Balanços trimestrais

Iguatemi [IGTI11], Itaú Unibanco [ITUB4], Raia Drogasil [RADL3] e Vibra Energia [VBBR3] vão divulgar seus respectivos balanços do segundo trimestre na terça-feira, após o fechamento. 

Na quarta-feira (07), é a vez do Banco do Brasil [BBAS3], C&A [CEAB3], Braskem [BRKM5], Minerva [BEEF3], Casas Bahia [BHIA3], Eletrobras [ELET3], Cogna [COGN3] e Oi [OIBR3], igualmente após o encerramento do pregão na B3.

Já Zamp [ZAMP3], Lojas Renner [LREN3], Alpargatas [ALPA4], B3 [B3SA3], Suzano [SUZB3] e Magazine Luiza [MGLU3] vão publicar os números na quinta-feira (08), depois do fechamento da Bolsa. Assaí [ASAI3] e Vivara [VIVA3] divulgam no mesmo dia. 

Smartfit [SMFT3] vai publicar o relatório na sexta-feira (09) antes da abertura, enquanto Sabesp [SBSP3], Hapvida [HAPV3], Rumo [RAIL3] e Petrobras [PETR3;PETR4] divulgarão após o encerramento dos negócios. O dia também terá os números da Embraer [EMBR3] e Cosan [CSAN3].

Indicadores econômicos

A ata do Copom provavelmente terá um tom mais duro do que o comunicado da reunião que manteve a taxa Selic em 10,5% na última quarta-feira (31). Ao lê-la, dizem os analistas do Investing.com, o investidor deve se perguntar: há elementos suficientes para que o Copom eleve a taxa Selic em setembro ou até o fim de 2024? 

Apesar de o comunicado ter sido duro, muitos analistas a consideraram dovish, porque não deixou explícita a possibilidade de alta de juros. Mas a inclusão de novos trechos, que apontam os motivos da deterioração das expectativas de inflação, é o suficiente para que o Copom esteja comprometido com a perseguição do centro da meta de 3% ao ano, com a ata podendo satisfazer os desapontados com o comunicado. 

O Copom precisa, por isso, explicar na ata os motivos da classificação de simétrico do balanço de risco mesmo com mais fatores para a alta da inflação, concluem os analistas.

“Os novos trechos inseridos no comunicado podem provavelmente trazer uma interpretação mais dura sobre a atividade econômica e mercado de trabalho mais dinâmico do que o esperado, o desequilíbrio fiscal com projeção de déficit primário acima do piso da meta fiscal e a valorização do dólar, que acabam as projeções de inflação para 2024 e 2025 e a deterioração das expectativas.”

Em relação aos EUA, a divulgação do PMI ISM Não-Manufatura de julho, na segunda-feira, passa a ser primordial para verificar se a narrativa de pouso forçado com maior risco de recessão se confirma de vez. O número do PMI ISM Industrial divulgado na última quinta-feira veio muito abaixo do projetado pelo mercado, indicando uma forte contração, o que deu impulso, junto com o número de pedidos iniciais por seguro-desemprego acima do projetado, à tese de recessão. 

O payroll, no dia seguinte, reforçou esse entendimento, com a criação líquida de empregos não-agrícolas vindo bem abaixo do consenso e a elevação na taxa de desemprego acima das projeções.

Mesmo com o Fed indicando que deve iniciar o corte de juros na próxima reunião, com um recuo de 0,25 ponto percentual em setembro, sob a condição dos próximos de inflação confirmarem o encaminhamento para a meta de 2% ao ano com a desaceleração do mercado de trabalho, os números ruins na quinta e sexta levaram ao ganho de força nas apostas de que o Fed seja agressivo no início dos cortes, em meio ponto percentual.

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