Próxima semana tem CPI dos EUA e oportunidade em INBR32

A partir das cartas de gestores e de pesquisa interna da XP Investimentos, o TradeNews teve acesso às perspectivas das principais gestoras de fundos do Brasil para o cenário político-fiscal do país do próximo ano

Panorama de 12 a 16 de agosto

Começam nesta semana os lançamentos de dados nos EUA que podem confirmar o início do corte da taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed) na próxima reunião em 18 de setembro. Será divulgado na terça-feira (13) o índice de preço ao produtor (PPI) de julho, enquanto o índice de preço ao consumidor (CPI) será conhecido no dia seguinte. 

A última semana começou com trombetas apocalípticas – leia-se a pior queda em Tóquio desde 1987 –, mas terminou com o doce sabor dos pedidos semanais por auxílio-desemprego dos EUA abaixo do esperado. O dado aliviou a consciência de quem já estava apostando em recessão na maior economia do mundo. 

Panorama do Ibovespa

O Ibovespa, que já não tinha precificado tanto a aversão ao risco da segunda-feira passada (05), acumulou 3,79% de alta semanal, e vai abrir a próxima semana nos 130 mil pontos. Uma ótima recuperação, segundo o analista técnico Filipe Borges. 

A recuperação do índice foi marcada por um rompimento de resistência, na faixa dos 129.500 pontos. Filipe diz que o atual patamar é “bastante esticado” segundo o gráfico de 60 minutos. Ele recomenda bastante critério para novas entradas em operações, “principalmente para swing trade”. 

“A gente sabe que essa movimentação pode sim continuar, por se tratar de renda variável, mas, quando a gente olha gráficos afastados das médias, estatisticamente não são os melhores pontos de entrada.”

Para quem já está comprado, ele recomenda manter posição. Se o mercado continuar subindo, o alvo são os 134 mil pontos. Enquanto o Ibovespa estiver em tendência de alta, principalmente pelo gráfico de 60 minutos, “todos esses pullbacks que o mercado apresentar serão oportunidades na ponta compradora”.

O analista destaca ser interessante ficar de olho caso haja perda dos 128.550 para uma leve correção de todo o movimento de alta recente, que veio desde os 123 mil pontos.

Dicas de Trades

Vale [VALE3]

A ação da Vale confirmou na última semana o rompimento de um triângulo, uma figura de reversão de tendência. “A gente percebe que, mesmo com a melhora do índice Ibovespa, a Vale não consegue evoluir, não consegue desenvolver”, comentou Filipe Borges. 

Ele aponta os R$ 57 como último ponto de defesa da Vale. Abaixo dos R$ 55,90, tecnicamente, não há nenhuma indicação de compra de VALE3. “Ela abre, na verdade, uma oportunidade de venda, com o primeiro alvo na região dos R$ 50,00” e alvo final da Vale entre R$ 41 e R$42.

Inter [INBR32]

A BDR do Banco Inter apresenta oportunidade de compra, segundo Filipe. O ponto de entrada seria em R$ 37,98 e o stop em R$ 34,99. Os alvos da operação ficam em R$ 39,96, para realização parcial, e R$ 45,50 como alvo final – que traduziria valorização de 20% no ativo.

“Iniciamos essa operação, stop obviamente sempre para proteger e oferecer uma boa gestão de risco, e agora deixa o mercado trabalhar”, resumiu o analista. 

INBR32 está alinhado tanto no gráfico diário, no gráfico semanal e 60 minutos, analisa Filipe Borges. O ativo apresenta topos e fundos ascendentes e registrou o melhor volume de negociação desde janeiro deste ano. 

Sanepar [SAPR11]

As units da Sanepar estão em tendência de alta no gráfico semanal. Filipe está posicionado no ativo, o qual comprou na região dos R$ 28,72. O stop da posição é R$ 26,49, enquanto o alvo fica em torno de R$ 39,75.

A empresa está alinhada no gráfico semanal, exibindo formação de cup and handle, um padrão gráfico de alta. O especialista também menciona aumento de volume e fluxo comprador que impactaram positivamente no desempenho do ativo.

Balanços trimestrais

Na segunda-feira, Azul [AZUL4] e MRV [MRVE3] divulgam seus respectivos balanços, com Natura [NTCO3], Direcional [DIRR3], CSN [CSNA3], CSN Mineração [CMIN3] e Itaúsa [ITSA4] agendados para após o fechamento.

Na terça, é a vez da JBS [JBSS3] e, depois do pregão, Localiza [RENT3], Grupo Soma [SOMA3], Arezzo [AZZA3], LWSA [LWSA3], Raízen [RAIZ4], Porto [PSSA3], Eneva [ENEV3] e Cemig [CMIG4] 

O BTG Pactual [BPAC11] divulga o relatório antes da abertura de quarta-feira (14). BRF [BRFS3], IRB [IRBR3], Oi [OIBR3], SLC [SLCE3] e Marfrig [MRFG3] vão publicar após o fechamento. O dia terá também os números da Petz [PETZ3], Equatorial [EQTL3] e Rede D’Or [RDOR3].

Indicadores econômicos

No Brasil, as atenções dos investidores se voltam para a divulgação, pelo IBGE, do volume do setor de serviços, na terça, e das vendas no varejo no dia seguinte. O IBC-Br de junho, índice de atividade econômica considerado uma prévia do PIB e mensurado pelo Banco Central do Brasil, será conhecido na sexta-feira (16). 

Os dados de atividades no Brasil também são acompanhados de perto, especialmente o varejo e o setor de serviços, cuja dinâmica atual está acima do projetado e apontado como um dos fatores de risco de aceleração inflacionária pelo Comitê de Política Monetária do BC, aponta Leandro Manzoni, analista do Investing.com.

Se ambos os dados vierem acima do projetado, tendem a levar a uma inclinação da curva de juros brasileira e reforçar a expectativa de uma eventual alta da taxa Selic pelo Copom em setembro.

Nos EUA, se o PPI e o CPI, especialmente os núcleos que excluem itens voláteis como alimentos e energia, vierem dentro ou abaixo do consenso, será praticamente certo que o Fed inicie o corte de juros em 0,25 ponto percentual daqui a um mês. 

Em coletiva de imprensa após a reunião de julho, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que os dados que saíam até então sobre a inflação e o mercado de trabalho caminhavam para que os juros começassem a cair em setembro, embora enfatizasse a continuação dos dados positivos em agosto e na primeira quinzena de setembro para que houvesse a possibilidade de cortes. 

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