Panorama de 11 a 16 de maio de 2025
O Ibovespa fechou a semana em leve alta de 1,02%, marcando a quinta valorização consecutiva e a mais longa sequência positiva desde novembro de 2023. Apesar da sexta-feira (9) de acomodação, o principal índice da bolsa brasileira manteve viés positivo, encerrando o dia com avanço de 0,21%, aos 136.511 pontos, com giro financeiro de R$ 29,7 bilhões. O movimento reflete uma combinação de otimismo externo, expectativas sobre os juros e fluxo consistente para a renda variável, mesmo diante das incertezas globais.
Para a próxima semana, o foco dos investidores segue dividido entre o ambiente doméstico e o cenário internacional. No Brasil, a atenção se volta à ata do Copom, aos dados do setor de serviços e às vendas no varejo de março, que podem influenciar a decisão do Banco Central sobre uma eventual alta residual da Selic em junho. No exterior, os olhares se voltam à inflação nos EUA e às falas de dirigentes do Federal Reserve, com destaque para o presidente Jerome Powell, cujas declarações podem redefinir as expectativas de corte ou manutenção dos juros norte-americanos.
Panorama do Ibovespa
Após renovar suas máximas históricas pela quinta vez, o Ibovespa continua demonstrando força e pode ter espaço para novas altas nas próximas semanas. A análise é de Filipe Borges, analista técnico da Benndorf Research. “Diferentemente de outras ocasiões em que o mercado subiu de forma mais esticada, agora há fundamentos que sustentam um avanço adicional”, afirma.
Segundo Borges, o índice pode buscar a faixa entre 142 mil e 143 mil pontos, que corresponde ao topo do atual canal de alta. Após esse movimento, é esperado um período de consolidação, com possível realização de lucros no curto prazo. “O suporte mais relevante está distante, na região dos 122.500 pontos, o que mostra que ainda há margem para o mercado oscilar”, completa o analista.
Dicas de Trades
Banco do Brasil [BBSA3]
As ações do Banco do Brasil continuam em forte tendência de alta, rompendo novas máximas históricas e registrando aumento de volume negociado. Para Filipe Borges, da Benndorf Research, mesmo com o ativo sendo negociado a múltiplos mais elevados, ainda há espaço para valorização. “O papel não é barato, mas segue forte. O volume desta semana confirma o rompimento e sinaliza potencial para mais ganhos”, explica.
A expectativa é de que, nas próximas semanas, os papéis avancem cerca de 17%, com objetivo em torno dos R$ 35,00. O suporte de curto prazo está localizado abaixo dos R$ 26,50.
Hashdex Nasdaq [HASH11]
O HASH11, ETF que replica o desempenho do Nasdaq Crypto Index™, evoluiu conforme o previsto nas últimas análises da Benndorf Research. Com o fechamento acima dos R$ 70,00, o ativo ganhou força e pode buscar novas máximas.
“A quebra dessa resistência foi um gatilho técnico importante. Vejo espaço para o HASH11 subir até os R$ 98,00. E, se houver novo rompimento, o alvo pode chegar entre R$ 150,00 e R$ 200,00 por unidade”, projeta Filipe Borges.
SmartFit [SMFT3]
As ações da Smart Fit chamaram a atenção dos analistas nesta semana. Após uma correção de 50% da última movimentação de alta, o papel encontrou suporte técnico e registrou um aumento significativo de volume.
“A ação caiu cerca de 4,5% hoje, mas com baixa volatilidade e movimentação de bloco relevante. Isso reforça nosso interesse em uma operação de compra na próxima semana, caso haja rompimento da máxima semanal”, comenta Filipe Borges.
A entrada está sugerida na faixa dos R$ 22,50, com stop em torno de R$ 20,80. O primeiro alvo é de R$ 25,00, representando um potencial de 10% a 11%. Já o objetivo final está nos R$ 30,00, o que significaria uma valorização de aproximadamente 35%.
Indicadores econômicos
A próxima semana será marcada pela divulgação de indicadores econômicos relevantes nos Estados Unidos e no Brasil, com potencial de impacto direto na precificação dos ativos financeiros e nas expectativas em torno das decisões de política monetária. Leandro Manzoni, economista do Investing.com, afirma que, após o anúncio das tarifas recíprocas de importação pelos EUA, os dados de inflação e atividade econômica ganham novo peso. “Esses indicadores ajudam a entender como a economia americana está reagindo ao novo cenário. Isso vai orientar os próximos passos do Fed”, explica.
Nos EUA, os investidores aguardam, na terça-feira (13), o índice de inflação ao consumidor (CPI), que deve subir 0,3% em abril na comparação mensal. Na quinta, será a vez dos dados de inflação ao produtor (PPI), vendas no varejo e produção industrial, além dos tradicionais pedidos semanais de seguro-desemprego. As falas de dirigentes do Federal Reserve, especialmente a do presidente Jerome Powell, serão analisadas com atenção. “O Fed está em compasso de espera. Powell indicou que a autoridade monetária precisará escolher entre priorizar o controle da inflação ou sustentar o mercado de trabalho”, destaca Manzoni.
No Brasil, os dados da economia também serão decisivos. A ata do Copom, na terça-feira (13), deve esclarecer a mensagem de “cautela adicional” adotada na última decisão. Na quarta e quinta, saem os números do volume de serviços e das vendas no varejo de março. Segundo Manzoni, “a surpresa positiva na produção industrial e o IPCA com alta taxa de difusão reforçam a chance de uma última alta residual da Selic em junho”. Com a combinação entre os dados internos e os desdobramentos externos, o cenário de juros segue em aberto e deve movimentar os mercados nos próximos dias.