Próxima semana tem balanço da Netflix e oportunidade em ROXO34

A partir das cartas de gestores e de pesquisa interna da XP Investimentos, o TradeNews teve acesso às perspectivas das principais gestoras de fundos do Brasil para o cenário político-fiscal do país do próximo ano

Panorama de 13 a 19 de outubro

A semana prestes a começar reserva uma bateria de dados na China, que começou a ser divulgada ainda no sábado (12). Investidores também estarão atentos à decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que deve continuar a flexibilidade monetária para impulsionar a enfraquecida economia europeia, especialmente da Alemanha, que flerta com a recessão.

No Brasil, o foco é o cenário fiscal.

Panorama do Ibovespa 

O Ibovespa fechou a semana em baixa no gráfico diário, com queda acumulada de 1,37% nos últimos cinco dias. No gráfico semanal, o índice mantém tendência de baixa, e agora se encontra aos 129.992 pontos. “Abaixo desse ponto, a gente pode ter espaço para uma queda até a região de 125 a 126 mil pontos”, diz o analista técnico Filipe Borges. 

Por outro lado, as ações da Vale [VALE3] ensaiam recuperação. Sendo o papel de maior peso no Ibovespa, a possível alta pode dificultar a movimentação de queda do índice “ou fazer com que o mercado fique um pouco mais enroscado”.

No gráfico de 60 minutos, o benchmark também sustenta tendência de baixa, “então as operações de venda tendem a ser melhores que as de compra”, principalmente para operações intradiárias, frisa o analista.

Dicas de Trades

Nubank [ROXO34]

Nubank fechou um semanal “muito bonito”, na faixa dos R$ 12,80. Caso confirme a tendência na semana que se inicia, abre-se espaço para uma oportunidade de compra. O primeiro alvo ficaria na região de resistência, em R$ 14,30, e o alvo final projetado entre R$ 18 a R$ 22,00 por ação. 

“É uma ação que tem entregado bons números”, descreveu Filipe. Portanto, se há aumento de fluxo e de interesse de grandes gestores em acompanhar o papel e ter esse papel na carteira, “o que a gente pode perceber pela alta que o ativo apresentou nos últimos meses”, trata-se de uma boa oportunidade.

Vale [VALE3]

A ação da Vale mostrou sinal de recuperação na região de retração de Fibonacci. O ativo teve “excelente alta nas últimas semanas, corrigiu de forma saudável e agora realmente mostrou força nesses últimos dias”. 

Há uma resistência principal para Vale no último topo, observado em R$ 65,00. Se o papel ultrapassar essa região e tiver aumento de volume a gente, abre-se margem para VALE3 acelerar até a região dos R$ 71,00, R$ 72,00. A ação voltaria a ficar muito mais atrativa até do que Petrobras [PETR4], comparou Filipe Borges.

Simpar [SIMH3]

Filipe segue numa operação na ponta vendedora em Simpar, iniciada na faixa de R$ 5,13. Ele fez realização parcial na última sexta-feira (11), com ganho em torno de 5,5%, aos R$ 4,84 de cotação do papel. 

O ativo tem um pivô de baixa já confirmado no gráfico de dez dias, no qual cada barra corresponde a dez dias úteis, com alvo principal na região de R$ 3. SIMH3 já confirmou rompimento e aumento de volume, estando completamente alinhado para uma operação de venda. Filipe busca um alvo de 41% na operação.

Indicadores econômicos

A semana entre 14 e 18 de outubro começou, na verdade, no Dia das Crianças do Brasil. Mesmo com mercados fechados, o ministro das Finanças da China, Lan Fo’an, concedeu entrevista coletiva com anúncio de estímulos fiscais para reaquecer a economia da China, especialmente o setor imobiliário, ante um cenário de crise de confiança e demanda enfraquecida em meio à queda robusta do preço dos imóveis.

Havia expectativa de anúncio desses estímulos na última terça-feira (08), o que não aconteceu e decepcionou os mercados. Esse pacote deve se juntar aos estímulos monetários anunciados há duas semanas, antes de um longo feriado na China, para apoiar o setor imobiliário chinês, que chegou a representar 25% do PIB do país.

As duas maiores economias da Ásia ganham protagonismo no fim de 2024, diz Leandro Manzoni, analista de economia do Investing.com. 

“Se o Japão voltou ao radar dos investidores este ano após retomada de alta da taxa de juros em décadas, que provocou um tsunami de volatilidade nos mercados globais, a expectativa em relação à reação do governo chinês em relação ao enfraquecimento da economia coloca a segunda maior economia do mundo como um epicentro de expectativa para destravar, neste quarto trimestre, gatilhos para o posicionamento em mercados de commodities e em moedas de países emergentes exportadores de commodities, como o Brasil”.

Há dois eventos econômicos a ficar atento no Japão na próxima semana. Na terça-feira (15) à noite (horário de Brasília), haverá um discurso de Seiiji Adachi, membro do Banco do Japão (BoJ). A autoridade monetária do país já elevou a taxa de juros duas vezes este ano, após décadas sem subí-la. O discurso deve abordar o forte crescimento dos gastos domésticos, que foram divulgados na última semana. 

A ascensão asiática não ofusca as atenções para os desdobramentos da atividade econômica, inflação, mercado de trabalho, política monetária e, especialmente, eleições presidenciais nos EUA. Discursos de membros do Federal Reserve (Fed), dados de inflação ao consumidor de setembro acima do esperado e mercado de trabalho forte – apesar de em desaceleração – praticamente selaram as expectativas de um corte de meio ponto percentual na taxa de juros nos EUA, provavelmente com um corte de 0,25 ponto percentual na reunião de novembro e outro da mesma magnitude em dezembro, levando a taxa do intervalo de 4,75%-5% para 4,25%-4,5%.

Os holofotes aos EUA estão nas eleições presidenciais de 5 de novembro, evento que geralmente traz volatilidade ao mercado, especialmente em um cenário polarizado por candidaturas com visões econômicas com desdobramentos diferentes para as economias dos EUA e mundial. Além disso, há a temporada de balanços do 3º trimestre das empresas com ações listadas em Wall Street, que devem antecipar o comportamento da atividade econômica dos EUA no período. 

A temporada ganha tração, com a continuação dos bancos grandes como Goldman Sachs, Bank of America e Citigroup, além da Netflix.

No Brasil, investidores estão insatisfeitos com a insistência do governo em realizar um ajuste fiscal pelo lado da arrecadação. Embora haja sinais de corte de gastos para somar os R$ 25 bilhões anunciados em julho, o mercado gostaria de anúncios efetivos. Sem essa sinalização, o prêmio de risco continua elevando os juros futuros no Brasil, que precifica uma taxa Selic terminal no fim do atual ciclo de aperto em 13,5%.

A aprovação do nome de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central na última terça-feira tirou um fator de incerteza em relação aos rumos da política monetária, a despeito de desconfiança do mercado de ingerência do Palácio do Planalto na definição da taxa de inflação e uma maior leniência com a inflação.

Em relação ao calendário econômico brasileiro, os holofotes estarão na segunda-feira, com a divulgação do tradicional Boletim Focus e do IBC-Br, que é considerado uma prévia do PIB calculado pelo Banco Central.

Calendário Macroeconômico

Compartilhe em suas redes!

WhatsApp
Facebook
LinkedIn
PUBLICIDADE

Matérias Relacionadas

PUBLICIDADE

Preencha o formulário e receba a melhor newsletter semanal do mercado financeiro, com insights de especialistas, notícias e recomendações exclusivas.

PUBLICIDADE
Are you sure want to unlock this post?
Unlock left : 0
Are you sure want to cancel subscription?