Próxima semana tem balanços corporativos e oportunidade em HASH11

A partir das cartas de gestores e de pesquisa interna da XP Investimentos, o TradeNews teve acesso às perspectivas das principais gestoras de fundos do Brasil para o cenário político-fiscal do país do próximo ano

Panorama de 4 a 8 de agosto de 2025

A próxima semana deve ser marcada por menor volume de indicadores econômicos, mas ganha relevância com o avanço da temporada de balanços no Brasil. Empresas listadas na B3 divulgarão seus resultados do segundo trimestre, o que pode influenciar fortemente o comportamento das ações no curto prazo, especialmente em setores mais sensíveis a juros e consumo.

No cenário internacional, a saída de Adriana Kugler do Federal Reserve abre espaço para especulações sobre uma possível nomeação de perfil alinhado a Donald Trump, o que pode trazer impacto nos mercados, especialmente nas expectativas em torno da política monetária dos EUA. Por aqui, além dos balanços, a ata do Copom será monitorada de perto, com o mercado buscando pistas sobre os próximos passos da autoridade monetária após a manutenção da Selic em 15% na última reunião.

Panorama do Ibovespa 

O Ibovespa mantém viés negativo após perder o suporte dos 135.700 pontos, que agora funciona como resistência. Segundo Filipe Borges, analista técnico da NMS Research, o índice apresenta topos e fundos descendentes e opera abaixo das médias móveis, indicando fraqueza no curto prazo. “Ontem, o mercado até tentou recuperar, buscando a máxima de quarta-feira nos 134.200 pontos, mas falhou”, afirmou Borges.

Atualmente, o principal suporte de curto prazo está nos 131.600 pontos. Caso esse nível seja rompido, Borges aponta dois alvos principais: os 130 mil pontos (região rompida em abril que deu início a um rali de alta) e, em seguida, os 128 mil pontos. “São números redondos que devem entrar no radar do investidor se o índice seguir abaixo dos 131.500 pontos”, destacou o analista.

Dicas de Trades

Banco do Brasil [BBAS3]

As ações do Banco do Brasil encerraram o dia com forte queda, refletindo não apenas fatores corporativos, mas também o ambiente político. “O papel já vinha pressionado desde a divulgação do último balanço, mas hoje o estresse veio com força por conta da repercussão envolvendo o ministro Alexandre de Moraes”, explicou Filipe Borges, da NMS Research.

Segundo o analista, circulam no mercado especulações de que recursos vinculados à investigação estariam no banco, o que gerou receio entre os investidores, especialmente em relação à possível perda de relação com o mercado americano, caso empresas não respeitem determinadas diretrizes legais. “Mesmo com a redução de preço-alvo por parte de uma instituição financeira, vejo que o fator político foi o principal vetor da queda expressiva”, completou Borges.

Vale [VALE3] 

A Vale encerrou mais uma semana operando abaixo de sua linha de tendência de baixa, sem conseguir romper resistências relevantes no gráfico diário. Para Filipe Borges, analista técnico da NMS Research, o ativo segue fragilizado desde 2023. “Apesar de alguns repiques de alta, a ação continua formando topos e fundos descendentes, o que mantém a tendência negativa”, afirmou.

No curto prazo, a mineradora se segura no suporte dos R$ 40,80. No entanto, se perder a mínima semanal dos R$ 52,20, pode abrir espaço para quedas até R$ 48,50 (o que representaria uma retração de cerca de 7%). “A Vale exige paciência. Enquanto não romper a linha de tendência de baixa com firmeza, o cenário segue desfavorável, mas a assimetria futura pode ser interessante para quem souber esperar”, ponderou o analista.

Hashdex Nasdaq Crypto [HASH11]

O ETF HASH11, que acompanha o desempenho de ativos cripto como Bitcoin e Ethereum, registrou queda de 3,5% na semana. Filipe Borges, analista técnico da NMS Research, vê o recuo como uma realização natural após fortes altas recentes, principalmente do Ethereum. “Ethereum teve um desempenho espetacular no último mês, e essa correção é saudável dentro de uma tendência de alta”, avaliou.

Com cerca de 65% da composição do HASH11 em Bitcoin e 30% em Ethereum, o ETF ainda tem espaço para valorização expressiva. “Vejo potencial de alta de 30% a 40% para o Bitcoin neste ciclo e, se o Ethereum romper os US$ 4 mil, pode buscar entre US$ 8 mil e US$ 10 mil, uma valorização de até 150%”, projeta Borges.

Indicadores econômicos

Ao longo da semana entre os dias 4 e 8 de agosto, a agenda de indicadores será menos intensa, mas com alguns dados relevantes no radar. No Brasil, o destaque fica para a ata do Copom, que será divulgada na terça-feira (5), além do IGP-DI e do Índice de Commodities do Banco Central, ambos previstos para quarta-feira (6). Na quinta (7), saem os números da balança comercial chinesa e brasileira, e, na sexta-feira (8), o IBGE divulga o Índice de Preços ao Produtor (IPP).

No cenário internacional, os PMIs compostos e de serviços referentes a julho serão divulgados na segunda-feira (4). A agenda segue com o índice de preços ao produtor da Zona do Euro, na terça (5), e os dados de inflação ao consumidor e ao produtor da China, na quinta (7). Também estão previstas falas de dirigentes do Fed ao longo da semana, que ganham peso após a renúncia de Adriana Kugler e os dados mais fracos do mercado de trabalho nos EUA.

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Balanços

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