Panorama de 07 a 11 de outubro
Ibovespa encerra a semana em baixa de 0,7%, pressionado por tensões no Oriente Médio e pela valorização do dólar. Apesar da recuperação nos últimos pregões, impulsionada pelos bons dados de emprego nos EUA, o principal índice da B3 não conseguiu se manter no verde.
Na próxima semana, o destaque fica por conta do índice de preços ao consumidor dos meses de setembro para o Brasil, Estados Unidos e China. Além disso, a agenda econômica será movimentada por discursos de autoridades do Federal Reserve, dados sobre a atividade setorial brasileira e indicadores do mercado de trabalho japonês.
Panorama do Ibovespa
Em análise técnica do Ibovespa, Filipe Borges, da Benndorf Research, aponta para um cenário de potencial queda nos próximos dias. De acordo com o especialista, o índice opera abaixo de suas médias móveis e a recente movimentação do mercado aumenta a probabilidade de um movimento descendente mais acentuado. No entanto, para confirmar essa tendência de baixa, é necessário que o Ibovespa perca o suporte em 133.200 pontos.
Caso isso ocorra, a projeção é de uma queda em direção aos 126 mil ou 125 mil pontos. Por outro lado, para iniciar um movimento de alta, o índice precisaria fechar acima de 134 mil pontos com aumento de volume. No gráfico de 60 minutos, Borges observa uma consolidação após a recente queda, indicando ausência de uma tendência de alta no curto prazo.
Dicas de Trades
Tesla [TSLA34]
Em sua análise, Borges indica uma oportunidade de compra para swing trade para Tesla [TSLA34]. Segundo o especialista, o ativo está formando um pivô de alta no gráfico diário, com aumento de volume após tocar na região de retração. No gráfico semanal, observa-se a tentativa de rompimento de um pivô de alta de longo prazo.
“Com isso, a gente entra na operação com o stop no R$ 40,67, para poder proteger, na casa de 5% e temos um alvo projetado final em torno de 65% a 70%”, afirma Borges. Caso o ativo ultrapasse a resistência no gráfico semanal, o próximo alvo seria a região dos R$ 72,00. Dessa forma, ele enxerga uma boa oportunidade de obter um retorno entre 60% e 65% com este ativo.
Vale [VALE3]
A ação da Vale (VALE3) encontrou resistência na região da Linha de Tendência de Baixa (LTB) no gráfico semanal, após um bom desempenho anterior. Na semana atual, a ação já sentiu os efeitos dessa resistência, especialmente na região dos R$ 65,30. Borges destaca a presença de dois gaps a serem preenchidos: um em R$ 61,15 e outro, mais significativo, em R$ 57,92. Enquanto a VALE3 não demonstrar uma clara reversão de tendência, com a formação de um novo pivô de alta e um retorno às médias móveis, o analista recomenda cautela em novas operações de compra.
A possibilidade de a ação voltar a preencher os gaps nos próximos dias, ou seja, de realizar uma correção, permanece. No entanto, para iniciar novas compras, Borges condiciona a um fechamento acima de R$ 65,30 com aumento de volume, o que sinalizaria um potencial de alta até a região dos R$ 72.
Gerdau [GGBR4]
Gerdau (GGBR4) apresenta um cenário promissor. “O ativo está em um canal de baixa gigantesco desde o início de 2023 e agora se aproxima de um possível rompimento”, afirma Borges. Para confirmar essa mudança de tendência, o analista recomenda aguardar um fechamento da ação acima de R$ 19,62 ou R$ 19,50, acompanhado de um aumento no volume de negociação.
Apesar da recente queda no volume, um rompimento bem-sucedido dessa região pode impulsionar a ação em direção aos R$ 23, representando uma valorização de cerca de 17%. No entanto, Borges ressalta a presença de uma forte LTB no gráfico semanal, que ainda precisa ser rompida para confirmar a nova tendência de alta. “Se rompida, a gente pode ter uma bela operação na ponta compradora para buscar o 17% a 20%”, destaca o analista.
Indicadores econômicos
O principal é a divulgação do IPCA, quarta-feira (9), às 9h. A expectativa do mercado é de alta nos preços, após a deflação de agosto. Vista e sentida pela população, a seca que atinge grande parte do país tem pressionado os alimentos, o transporte e a energia, contribuindo para a inflação.
A prévia do IPCA para o mês de setembro registrou alta de 0,15%, fortemente influenciado pela deflação de agosto. Os economistas estão projetando uma forte aceleração do IPCA em relação à prévia, com algumas estimativas chegando a 0,5%. Resta saber o tamanho da alta, comentou Leandro Manzoni, analista de macroeconomia do Investing.com.
A última semana trouxe um conjunto de dados sobre o mercado de trabalho que reforçam as expectativas de um cenário mais otimista para a economia americana. Os números divulgados corroboram as recentes declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que sinalizou a possibilidade de um novo corte na taxa de juros em 2024. Com as próximas reuniões do Fomc marcadas para novembro e dezembro, os discursos dos membros do Fed ganham ainda mais relevância para a formação das expectativas do mercado. A divulgação dos índices de inflação ao consumidor e ao produtor no final da semana também contribuirá para esse cenário, sendo que números em linha com as projeções devem ser bem recebidos pelos investidores e pelo próprio Fed.
Por outro lado, a atenção dos mercados também se volta para a Ásia, com o Japão divulgando dados sobre o mercado de trabalho e os ganhos da massa salarial. Esses indicadores estão sendo acompanhados de perto pelo Banco do Japão, que tem demonstrado preocupação com a persistência da inflação e já elevou os juros este ano. A expectativa é de que o BoJ possa promover um novo aumento nas taxas em 2024.