Panorama de 8 a 13 de dezembro
Entre os dias 8 e 13 de dezembro, serão divulgados importantes indicadores econômicos que poderão direcionar o mercado financeiro brasileiro em 2025. Durante a semana, serão apresentados dados de atividade referentes a outubro, como as vendas no varejo, o volume de serviços e o IBC-Br, que ajudarão a avaliar se a economia brasileira mantém o movimento de desaceleração no quarto trimestre e em que ritmo isso ocorre.
Panorama do Ibovespa
De acordo com João Tonello, analista plena da Benndorf Research, o IBOV apresentou um movimento corretivo mais intenso em razão do risco fiscal gerado por decisões recentes do governo. Na manhã de sexta-feira, o índice indicava uma possível recuperação semanal, mas, após a divulgação do Payroll — que sinalizou aceleração da inflação e menor probabilidade de cortes na taxa de juros nos Estados Unidos —, o mercado registrou uma queda ainda mais expressiva, acompanhada pela alta nos contratos de DI no Brasil.
Tonello destaca que, no longo prazo, o IBOV permanece em uma longa linha de tendência de alta (LTA) e está lutando para se manter nesse patamar.
Para consolidar um movimento de recuperação mais consistente, será necessário superar a máxima desta semana. No entanto, caso a LTA seja rompida, o analista projeta um alvo de 114.820 pontos para o índice.
Dicas de Trades
Ethereum [ETH]
O Ethereum [ETH] está em uma fase estratégica do ciclo de criptoativos, conhecida como a segunda fase. “Esse momento historicamente marca uma aceleração do desempenho do ETH em relação ao Bitcoin, com a migração de capital para altcoins líderes em busca de maiores retornos”, explica Tonello. No atual cenário, o ETH se beneficia da crescente dominância impulsionada pela utilidade de contratos inteligentes e do ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi).
Além disso, o analista ressalta que, após a transição para o modelo Proof-of-Stake (PoS) com o Merge, a redução da emissão líquida do ETH, combinada ao mecanismo de queima de tokens, cria uma dinâmica de escassez que favorece sua valorização.
Com o ETH rompendo resistências e mostrando força relativa, Tonello recomenda a compra do ativo neste momento. Ele aponta que a manutenção do suporte na região de 63,20 é essencial, com projeções de curto a médio prazo acima de 75,00 e, no longo prazo, um alvo ambicioso de 6.000 dólares.
Aura Minerals [AURA33]
AURA33 encontra-se em uma zona técnica determinante, com o gráfico indicando a possibilidade de um rompimento de seu topo histórico. “O comportamento do ouro, ativo subjacente da Aura Minerals, é crucial neste momento, especialmente diante de fatores macroeconômicos que reforçam sua atratividade como proteção contra a inflação”, destaca Tonello.
O recente relatório de emprego nos Estados Unidos (Payroll) apontou para uma aceleração no mercado de trabalho, o que aumenta a percepção de inflação persistente e reduz a probabilidade de cortes significativos na taxa de juros pelo Federal Reserve. Nesse contexto, o ouro, tradicionalmente visto como um porto seguro em períodos de instabilidade econômica, pode registrar maior demanda, beneficiando empresas mineradoras como a Aura Minerals.
Tonello observa que, se o preço do ouro mantiver sua tendência de alta, AURA33 tem grande potencial para consolidar o rompimento, possibilitando novas máximas e valorização no curto e médio prazo.
Lojas Renner [LREN3]
Tonello alerta que Lojas Renner [LREN3] enfrenta dificuldades técnicas e fundamentalistas. “O fechamento abaixo de R$ 14,95 pode romper um suporte psicológico crucial, intensificando a pressão vendedora”, afirma. Ele destaca o controle dos vendedores no volume recente e os desafios do varejo, como crédito caro e retração no consumo, que dificultam a recuperação. Tonello sugere que a perda desse suporte, acompanhada de aumento no volume, pode abrir espaço para novas mínimas e representar uma oportunidade para vendas a descoberto.
Indicadores econômicos
Conforme análise de Leandro Manzoni, do Investing, o IPCA de novembro, divulgado na terça-feira, será crucial para avaliar se a inflação segue ultrapassando o teto superior da meta, que é de 4,5%. A prévia, IPCA-15, já sinalizou essa tendência. Na quarta-feira, o Copom deve tomar uma decisão sobre a taxa Selic, com o mercado prevendo um aumento mais acelerado, entre 0,75% e 1%, para conter a inflação.
No cenário internacional, a divulgação da inflação na China e nos EUA será um ponto crucial. A China, após implementar um pacote de estímulos monetários, deve apresentar sinais de desaceleração da inflação. Já nos EUA, o mercado acompanhará de perto se a inflação está convergindo para a meta de 2% ao ano, especialmente considerando a persistência da inflação de núcleo, um ponto de preocupação até mesmo para membros mais hawkish do Federal Reserve.