Próxima semana tem CPI nos EUA, produção industrial na China e IPCA ajustado

Panorama para 11 a 15 de setembro

A semana foi mais curta no Brasil, com o feriado da Independência no dia 07 reduzindo a liquidez nas sessões, além do fechamento das bolsas americanas na segunda-feira (04), também por conta do Dia do Trabalhador.

Lá fora, o recuo do índice de gerentes de compras (PMI) da China em agosto acabou trazendo um viés negativo para as bolsas emergentes. Em paralelo, o PMI mais forte que o esperado nos EUA reviveu as preocupações de que o Federal Reserve (Fed) deva manter os juros altos por mais tempo.

Na próxima semana, investidores acompanharão os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ajustado de agosto, o índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA e a produção industrial na China.

Além disso, a Zona do Euro tem sua reunião de política monetária na quinta-feira (14).

Radar de Proventos

Na segunda-feira (11) ficam “ex-dividendos” os fundos imobiliários do BTG Pactual* [BRCR11].

Isto sendo, investidores posicionados nas referidas ações até a última sexta-feira (08) terão direito aos proventos anunciados. 

Já na terça-feira (12) fica “ex” a ação de JHSF* [JHSF3] e Banco do Brasil [BBAS3].

Por fim, na quinta-feira (14), é a vez de Marfrig* [MRFG3] ficar “ex-dividendos”. 

*O relatório da Bloomberg aponta que as datas em que estas ações ficam “ex-proventos” são apenas previsões, não estão confirmadas, estando sujeitas a mudanças.

Panorama do Ibovespa

O Ibovespa troca a movimentação de alta para a maior probabilidade de queda no curto prazo, afirmou o analista técnico da Benndorf Research Filipe Borges. 

“Nós tivemos uma movimentação de baixa, aquela que bateu recorde de dias consecutivos em queda, com aumento de volume e uma consolidação em retração. Agora, ele [o Ibovespa] vem perder o suporte no 115.700.”

Segundo o especialista, o índice tem outro suporte na região dos 114 mil pontos. Abaixo desse ponto, Filipe enxerga uma queda em torno dos 109 mil e 106 mil pontos nas próximas semanas.

Dicas de Trades

Engie [EGIE3]

O ativo realiza uma movimentação de queda, com aumento de volume, indicou Filipe. O papel segurou uma retração de Fibonacci e “retorna para possível perna três dessa movimentação de baixa”.

O analista não sugere novas compras para ação, enxergando maior probabilidade de queda nos próximos dias. O ativo tem suporte na região entre R$ 40,50 e R$ 40,20; abaixo deste ponto, Filipe enxerga um espaço para quedas entre R$ 37,50 e R$ 36,00.

Magazine Luiza [MGLU3]

O papel está em tendência de baixa nos gráficos diário, semanal e mensal, indicou o analista. 

“O ativo vem romper um importante triângulo que já durava desde maio de 2022, aumentando a probabilidade de queda neste momento; aumento de fluxo vendedor. [O papel] tem suportes na região dos R$ 2,35 e R$ 2,00”, afirmou.

Para Filipe, por expansão gráfica, a ação tem espaço para cair com alvo entre R$ 0,92 e R$ 0,57. Ele ainda ressalta que há uma especulação do mercado sobre uma possível quebra das ações de Via [VIIA3], o que poderia afetar o resto do setor, acelerando o movimento de queda de MGLU3.

“Não vejo oportunidade de compras”, completou.

Vale [VALE3]

O papel não conseguiu romper a região de resistência nos R$ 70,60, já retomando para um gráfico característico de consolidação, explicou Filipe.

Mesmo que a ação tenha fechado o pregão de hoje com uma queda mais acentuada, o analista enxerga possibilidade para mais quedas nos próximos dias, com alvo em R$ 61,20. 

“Não vejo a possibilidade de compra no ativo ou oportunidade de compra no ativo no curto prazo para operações de swing trade.”

Ele indica uma redução de posição para quem já está comprado no papel. Caso o ativo volte aos R$ 61,00, ele voltaria a comprar um pouco mais de VALE3.

Indicadores econômicos

Importantes índices serão divulgados na próxima semana: o PMI composto dos Estados Unidos e o PIB da Zona do Euro.

O analista de macroeconomia da Benndorf Research Marco Ferrini indica que o PMI composto – ou seja, que engloba o setor de serviços e indústria – americano deve apresentar estabilidade em agosto, com um resultado próximo dos 50 pontos.

Vale lembrar que a marca dos 50 pontos é a divisão entre uma atividade em contração – abaixo dos 50 – ou em expansão – acima dos 50.

Segundo ele, a economia americana perdeu ritmo no mês passado por conta dos juros e inflação elevados, o que impactou a demanda e, especialmente, a atividade industrial.

“Além disso, o mercado de trabalho também desacelerou e o país dá indícios de lentidão que devem ser ampliados até o final do ano.”

Já o PIB do 2T23 da Zona do Euro deve crescer 0,3%, impulsionado pelo aumento de 3,3% no PIB da Irlanda – sede de muitas multinacionais importantes como Meta, Google e Apple, informou Marco.

“Entretanto, o ritmo não será mantido para o restante do ano, algo que pode ser visto através dos resultados bem ruins dos PMIs, da persistência da inflação e juros elevados. Mantemos a perspectiva de recessão para o bloco no início de 2024.”